Tolentino Mendonça reforça apelo do Papa para jornada de jejum pela paz

O cardeal José Tolentino Mendonça considerou hoje "fundamental" reforçar o apelo do Papa para que, a próxima quarta-feira, dia em que começa a Quaresma, seja "uma ocasião de comunhão entre todos os homens", com vista à paz na Ucrânia.

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Lusa
24/02/2022 15:41 ‧ 24/02/2022 por Lusa

País

Tensão Rússia/Ucrânia

O Papa Francisco exortou crentes e não-crentes a fazerem do próximo dia 02 de março, Quarta-feira de Cinzas no calendário católico, uma "jornada de jejum pela paz".

"Jesus ensinou-nos que, à insensatez diabólica da violência, se responde com as armas de Deus, com a oração e o jejum", disse o pontífice na audiência pública desta quarta-feira, no Vaticano.

Hoje, em declarações à agência Ecclesia, o cardeal Tolentino Mendonça lembrou que o jejum "é uma prática transversal a várias religiões e a várias culturas", ao mesmo tempo que sublinhou a necessidade de "dar lugar à ponderação das necessidades" dos outros.

"Neste contexto dramático que estamos a viver, é muito importante cada um sentir que a paz depende de si, a paz depende de cada um de nós", disse o arquivista e bibliotecário da Santa Sé, defendendo uma nova atitude, que precisa de "gestos concretos, simbólicos, existencialmente fortes".

Entretanto, em mensagem hoje divulgada no Twitter, o bispo do Porto, Manuel Linda, convidou "toda a diocese a rezar insistentemente pela paz na Ucrânia".

"Da Ucrânia, chegam-me instantes pedidos de oração, referindo a necessidade de todos estarmos despertos como eles o estão devido ao 'som das fortes explosões de mísseis' um pouco por todo o país", escreveu Manuel Linda na sua mensagem.

Também o arcebispo de Braga recorreu às redes sociais, neste caso o Facebook, para escrever que "a Europa amanheceu em guerra" e as imagens e os sons de ataques da Rússia por toda a Ucrânia "quebraram o silêncio da noite" e colocam em dúvida perante um futuro incerto".

"As nossas orações estão com o povo da Ucrânia e com todos aqueles que possam vir a ser afetados por esta guerra. Rezem, rezem muito, peço-vos. Pedimos a intercessão de Deus, nosso Pai Todo-Poderoso, para acabar com esta situação, que já tantas perdas de vidas inocentes causou", pode ler-se na mensagem do arcebispo José Cordeiro.

O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, também já havia recorrido ao Twitter para alertar para "as notícias tristes que vêm da Ucrânia" e pedir "a Deus para que todos tenham a coragem de parar todas as ações bélicas e, finalmente, consiga reinar a paz no mundo".

Já em Fátima, no passado domingo, o cardeal António Marto exortara os católicos portugueses a rezarem pela paz na Ucrânia, sublinhando que, face à ameaça de guerra, "é necessário despertar da indiferença".

Na última missa a que, como administrador apostólico da diocese de Leiria-Fátima presidiu no Santuário de Fátima, António Marto alertou para o "contexto atual que o mundo conhece e atravessa, após longo período de fragilidades, feridas, incertezas, luto e medos, em que paira uma ameaça de guerra. É necessário despertar da indiferença, da apatia, do cansaço espiritual, do desânimo que pode levar ao fatalismo".

Na sequência deste apelo, o Santuário de Fátima anunciou a realização de uma "corrente de oração pela paz na Ucrânia", que decorre até ao final desta semana, com "explícita referência a esta intenção na oração do terço, no Santuário".

No próximo domingo, o percurso entre a Igreja Paroquial de Fátima e os Valinhos [local da quarta aparição] vai ser palco de uma procissão de velas pela paz na Ucrânia.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia e Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

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