Há "informações alarmantes sobre o excesso de radiação" em Chernobyl

Desde a embaixada, Inna Ohnivets pediu apoio a Portugal e demonstrou preocupação relativamente à tomada da central nuclear de Chernobyl.

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Sara Gouveia
25/02/2022 12:21 ‧ 25/02/2022 por Sara Gouveia

País

Ucrânia

A embaixadora da Ucrânia em Portugal revelou, esta sexta-feira, preocupação relativamente à tomada da central nuclear de Chernobyl por parte dos militares russos. Inna Ohnivets começou por dizer, em declarações à SIC Notícias, a partir da embaixada, que há "informações alarmantes sobre o excesso de radiação na área".

"Sabemos que as forças militares russas ocuparam o território desta zona e por isso, a Ucrânia perdeu o controlo da central nuclear de Chernobyl", referiu. Questionada sobre o que isso poderá significar, a diplomata confirmou que os funcionários da central "foram feitos reféns" durante a tomada do local.

"Note-se que devido à ocupação da zona de exclusão e às hostilidades atualmente é impossível estabelecer as razões para a alteração dos níveis de radiação", continuou.

Segundo Inna Ohnivets, estas ações podem "causar problemas muito graves e não só para a Ucrânia, mas também para todo o continente europeu", elaborando que "durante uma explosão que ocorreu em 1986 não foi só o território da Ucrânia que foi contaminado, mas também o da Polónia, Bielorrússia, Rússia e outros países".

Sobre se ainda é possível chegar a um entendimento com a Rússia por via diplomática, a embaixadora dá conta de que "o conflito iniciado pela Rússia em 2014 [com a anexação da Crimeia] e que dura há oito anos, tem de ser resolvido pelos meios pacíficos, mas o presidente russo decidiu ir por outros meios. A Rússia disse que este conflito não tem caráter internacional, que é uma guerra civil com os ucranianos, mas isso não é verdade". 

"Gostávamos de nos sentar com o governo russo e resolver este conflito pelos meios pacíficos", desejou, evocando ainda o memorando de Budapeste. "A Ucrânia desistiu do arsenal nuclear e assinou o memorando. A Rússia os EUA e o Reino Unido garantiram segurança para o país e agora vivemos em guerra".

A embaixadora recordou que os Estados Unidos, o Reino Unido, França, Alemanha e Portugal, entre outros países do "mundo democrático" já expressaram o apoio à Ucrânia, mas agora apelam também "assistência humanitária".

Recorde-se que a Rússia lançou, na quinta-feira de madrugada, uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100 mil deslocados no primeiro dia de combates.

O ataque já foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: "A Ucrânia, agora, defende o [seu] território - mas também toda a Europa"

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