Estes nove trabalhadores não docentes das escolas sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa fazem parte de um grupo de 40 que hoje cumprem o último dia de trabalho.
Em declarações à agência Lusa, Luís Esteves, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), disse que os trabalhadores estão contra a não renovação dos contratos de trabalho a termo certo e contra a proposta de recibos verdes.
De acordo com Luís Esteves, a Câmara Municipal de Lisboa atrasou-se com a abertura de um novo concurso, que deveria ter sido há mais de um ano para garantir a continuação destes trabalhadores não docentes.
"Em vez de prorrogar os contratos dos trabalhadores, pelo menos enquanto o concurso decorre, despede os trabalhadores de forma inaceitável. Os contratos destes trabalhadores terminam hoje", frisou.
Segundo o dirigente sindical, a solução proposta passa pelos recibos verdes.
"Os nove trabalhadores despedidos desta escola fazem parte de um lote de 40 no total de Lisboa. O que nós dizemos é que era perfeitamente possível fazer uma prorrogação do contrato enquanto o concurso decorre, mas dizem-nos que a prorrogação é ilegal e nós perguntamos se a proposta a recibos verdes tem alguma legalidade? O recibo verde é uma forma de contratação para quem não tem horário nem chefia e não é o caso aqui", sublinhou.
Luís Esteves alertou que no caso da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre a situação é ainda mais difícil, uma vez que em cerca de 20 trabalhadores, nove vão sair.
"É o último dia de trabalho. A direção da escola, que apoia o protesto, diz que tem um impacto forte no funcionamento do estabelecimento de ensino. São quase metade dos trabalhadores não docentes a ser mandados embora. É muito triste", disse.
O sindicalista disse ainda que alguns trabalhadores poderão aceitar o recibo verde devido às circunstâncias em que estão, mas há outros que vão ficar numa situação de desemprego.
Os 40 trabalhadores já tinham realizado um protesto na quinta-feira passada frente à Câmara Municipal de Lisboa contra a não renovação dos contratos de trabalho a termo certo e contra a proposta de recibos verdes.
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