Região de Leiria disponível para acolher de imediato mil refugiados

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) anunciou hoje estar disponível para acolher de imediato mil refugiados da Ucrânia, assim como para assegurar cem camas de emergência, na sequência da ofensiva militar russa àquele país.

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© Pierre Crom/Getty Images

Lusa
03/03/2022 20:15 ‧ 03/03/2022 por Lusa

País

Ucrânia/Rússia

"O acolhimento imediato de um milhar de cidadãos ucranianos, com preocupações de integração social e escolar, bem como apoio na saúde, e a disponibilidade de cerca de uma centena de camas de emergência, são algumas das medidas conjuntas hoje aprovadas no âmbito dos municípios" da CIMRL, refere uma nota de imprensa desta entidade.

A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

Na nota, a CIMRL destaca que as autarquias desta região "juntam-se, assim, ao movimento nacional e europeu de apoiar os milhares de deslocados da guerra da Ucrânia, com forte preocupação no acolhimento e integração dos cidadãos que procuram um local seguro" em Portugal.

"A par desta resposta ao nível do acolhimento, vários municípios da região de Leiria encontram-se a colaborar em campanhas de recolha de bens alimentares, medicamentos, bens para crianças, roupa quente, cobertores, pilhas e lanternas, ações coordenadas por organizações não-governamentais (ONG) e associações de ucranianos residentes em Portugal", adianta.

Neste âmbito, "nos próximos dias e de forma coordenada com todos os municípios aderentes", a CIMRL vai "promover ações de recolha de bens e artigos considerados prioritários pelas organizações internacionais que se encontram a operar nas zonas de fronteira da Ucrânia em parceria com entidades de solidariedade social e encaminhados através de ONG, no suporte do acolhimento nas zonas de fronteira de refugiados ucranianos que são vítimas do conflito armado".

"Os contactos serão realizados com organizações humanitárias e médicas, como a United Help Ukraine, a Cruz Vermelha Ucraniana, a Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] Ucrânia e a Associação dos Ucranianos em Portugal, tudo entidades que recebem e distribuem doações, alimentos e suprimentos médicos para ucranianos deslocados, assim como qualquer pessoa afetada pelo conflito e as famílias de soldados feridos ou mortos em combate", refere a CIMRL.

Na reunião de hoje, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria expressou ainda a sua "solidariedade para com o sofrimento do povo ucraniano, repudiando veementemente a situação de conflito militar provocado pela liderança da Federação Russa que acontece ao arrepio da soberania do Estado ucraniano, da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional".

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo as Nações Unidas, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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