"Lisboa está preparada para fazer a diferença", garante Moedas
Foi possível “conseguir tornar realidade o concreto” e ajudar não só os ucranianos que não puderam regressar a casa devido ao conflito, mas também “aqueles que vão chegar", sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa.
© Getty Images
País Ucrânia/Rússia
Depois de iluminar a Câmara Municipal de Lisboa (CML) com as cores da Ucrânia, Carlos Moedas, presidente da autarquia, considerou que, esta quinta-feira, foi possível “conseguir tornar realidade o concreto” e ajudar não só os ucranianos que não puderam regressar a casa devido ao conflito, mas também “aqueles que vão chegar”, através de um centro de acolhimento temporário, num pavilhão da Polícia Municipal de Lisboa.
Em visita ao local acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pela embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, o autarca assegura que “Lisboa está preparada […] para fazer a diferença”.
Moedas indica que a preparação do centro de acolhimento temporário, que "será essencial em Lisboa para aqueles que chegam”, foi feita “em menos de 72 horas”, tendo capacidade para 100 pessoas. Cerca de 17 ucranianos já estão hospedados em dois hotéis, um deles financiado pela CML.
Tratou-se também de um trabalho de coordenação com as autoridades de saúde, para que “as pessoas que chegam e precisam de medicamentos possam ser imediatamente aqui ajudadas, para fazerem o seu pedido de proteção internacional, poderem ter acesso a um número de segurança social ou ao número do Serviço Nacional de Saúde”, elaborou.
O novo centro de acolhimento de emergência está pronto para responder às necessidades dos refugiados ucranianos.
— Carlos Moedas (@Moedas) March 3, 2022
Obrigado aos serviços da @CamaraLisboa pela rapidez com que prepararam este centro.
🇺🇦 Lisboa está com a Ucrânia. pic.twitter.com/vJly5sjTdk
Segundo Carlos Moedas, a autarquia contabiliza já 800 contactos, dois terços dos quais para doações e ajuda humanitária. “Portanto, estamos preparadíssimos. Lisboa está preparada […] para fazer a diferença”, com os outros autarcas do país.
O responsável salientou, contudo, que esta é uma solução temporária, assegurando estar a trabalhar em soluções de longo prazo e de integração. Nesse aspeto, Lisboa está também preparada para que “estas crianças que chegam possam ir imediatamente para a escola”. “Estamos muito bem preparados, e estamos preparados mesmo antes de muitas cidades na Europa”, reiterou, garantindo que os refugiados serão testados e vacinados contra a Covid-19, tal como os lisboetas, porque “estas pessoas são também lisboetas, acabados de chegar”.
"A comunidade ucraniana tem em Portugal uma sociedade de acolhimento"
Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, agradeceu a toda a autarquia pelo “exemplo da fase da solidariedade do povo português em torno de uma causa”, que, a seu ver, “faz lembrar o entusiasmo que houve aquando da causa de Timor-Leste”.
“A situação é muito diferente, mas houve aqui realmente um sentido de causa que atravessou toda a Europa e uma parte do mundo, mas forte em Portugal”, acrescentou, referindo-se à ajuda a “pessoas concretas, de carne e osso, que chegam, e já chegaram”, onde encontrarão uma “forma de escolher o seu caminho, partindo, [ou] ficando neste país aberto, nesta cidade aberta”.
Dirigindo-se a Inna Ohnivets, o Presidente sublinhou que os refugiados da invasão russa “são bem-vindos em Portugal, porque a comunidade ucraniana, como outras comunidades, tem em Portugal uma sociedade de acolhimento que aprecia, que agradece, que louva o seu contributo, e sabemos que podem ser muitos e muitas”.
“Esta fase é fundamental. Por todo o país haverá o que aqui hoje arranca, certamente, [mas] é bom ver Lisboa a avançar com a Cruz Vermelha e a dar o exemplo”, rematou.
[Notícia atualizada às 23h27]
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