Executivo do Porto aprova 3 propostas contra invasão russa, excepto CDU

O executivo da Câmara do Porto aprovou hoje três das quatro recomendações apresentadas contra a invasão russa e solidariedade com o povo ucraniano, tendo a proposta da CDU sido rejeitada e o partido acusado de "branquear" a invasão.

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Lusa
07/03/2022 16:01 ‧ 07/03/2022 por Lusa

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Câmara do Porto

Na reunião do executivo da Câmara do Porto, PS, BE, CDU e o movimento independente 'Rui Moreira: Aqui Há Porto' apresentaram recomendações em solidariedade com o povo ucraniano e repudiando a invasão russa.

O vereador Vladimiro Feliz, do PSD, partido que "optou" por não apresentar nenhuma proposta, sugeriu que a autarquia "desse o exemplo" e, numa recomendação conjunta, vincasse mais "as afinidades do que as diferenças".

"Faço esta sugestão porque há espaço e caminho para isso", disse o vereador social-democrata.

A sugestão foi bem acolhida pela vereadora Maria Manuel Rola do BE (em substituição de Sérgio Aires), que considerou que seria possível "ultrapassar" as diferentes perspetivas e apresentar um documento comum, bem como pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que se mostrou satisfeita por se tentar encontrar "consenso".

Já o vereador Tiago Barbosa Ribeiro, do PS, defendeu que as propostas não eram "passíveis de grande homogeneidade" e que "mais depressa chega um cessar-fogo" do que os vereadores apresentariam uma moção conjunta.

À semelhança do socialista, também o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, recusou a sugestão do PSD, essencialmente, por não concordar com a proposta apresentada pela CDU.

Ainda que as críticas à recomendação da CDU tenham sido feitas pelos vereadores de todas as bancadas, foi o presidente da câmara quem mais se insurgiu, acusando o partido de "branquear a invasão".

"Esta é mesmo a altura para denunciar a posição do partido comunista. É uma ideologia fracassada e estamos em trincheiras diferentes", afirmou Rui Moreira, acrescentando que "é fácil ser comunista num país livre, mas é difícil ser livre num país comunista".

Mostrando-se disponível para alterar a recomendação e incluir que o partido se "manifesta contra a agressão militar e invasão da federação russa", a vereadora da CDU apelou a que não se colocassem "mais achas para a fogueira", dizendo que o partido "discorda de todas a guerras".

"Não posso aceitar que se coloquem mais achas para a fogueira, mas estou disponível para um consenso: condenar a guerra, apelar a um cessar-fogo e que haja paz, e apoiar as vítimas desta guerra", disse Ilda Figueiredo.

Em resposta, o autarca independente afirmou que "com o insucesso da invasão, a CDU tem vindo a mudar a sua opinião".

Com a hipótese de uma recomendação conjunta já desfeita, a vereadora do BE criticou também a proposta apresentada pelo movimento independente, nomeadamente, a referência à NATO.

"Não podemos subscrever o branqueamento à NATO e trazer a NATO para cima da mesa é potenciar a escalada [da invasão]", afirmou Maria Manuel Rola.

Em resposta, o autarca disse existirem "linhas vermelhas" e que seria intransigente nesta matéria.

"Somos a favor dos acordos internacionais que Portugal subscreveu, mas compreendemos que o BE não seja", acrescentou.

Depois de mais de 40 minutos de discussão, a proposta apresentada pelo movimento independente foi aprovada, com o voto contra da CDU e do BE e o voto favorável dos restantes partidos e da vereadora independente.

Tanto a proposta do PS, como a proposta do BE foram aprovadas por unanimidade e a da CDU rejeitada, com os votos contra do PS, PSD e movimento independente, e o voto favorável do BE.

Além das moções, o executivo da Câmara do Porto aprovou hoje, por unanimidade, a realização da campanha "SOMOS TODOS UCRÂNIA" que, além da criação de um 'site' para apoiar e centralizar respostas humanitárias, visa também acolher bens no âmbito da Frente Atlântica, formada pelas câmaras do Porto, Gaia e Matosinhos.

Criada há mais de oito anos para formar "uma liga de cidades", em setembro de 2019 as três autarquias remetiam-se ao silêncio sobre que trabalhos foram desenvolvidos pela entidade.

Na sessão de hoje, Rui Moreira salientou que aquando da criação da Frente Atlântica se "ouviram vozes de que seria um modelo de separatismo na Área Metropolitana do Porto", mas que a mesma "não tem orçamento, estrutura ou secretário-geral" e funciona "em articulação com três presidentes".

Leia Também: Câmara do Porto vota realização da campanha "SOMOS TODOS UCRÂNIA"

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