A iniciativa, desencadeada em coordenação com a secretaria de Estado das Migrações, surge depois da CIM Douro ter manifestado disponibilidade para acolher cerca de 400 refugiados do conflito na Ucrânia.
Segundo a comunidade intermunicipal, à espera dos autocarros estará o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que se encontra na capital polaca, Varsóvia, e "que garantirá que cerca de 100 cidadãos ucranianos, maioritariamente mulheres e crianças, chegarão, na próxima semana, ao Douro".
"Os 19 municípios que integram a CIM Douro estão devidamente preparados para os acolher e integrar nos seus territórios, estando a ser criada já uma rede de apoio dos gabinetes de ação social regional que garanta a receção e todas as condições para o correto acompanhamento às mães e crianças que fogem desta guerra que assola a Ucrânia", disse em comunicado.
No território duriense há ainda três médicos que falam ucraniano e que estão disponíveis para apoiar e acompanhar esta comunidade durante o período que aqui permaneça.
No âmbito da campanha da CIM "Somos Ucrânia" foi também feita uma angariação de medicamentos, alimentação e roupa quente em cada concelho. Estes bens foram transportados para Lamego, onde o pavilhão multiúsos foi transformado num centro logístico.
"Está a ser ultimado, em coordenação com o Consulado da Ucrânia no Porto, o maior corredor de ajuda humanitária do nosso país, com bens essenciais, alimentos, medicamentos e roupas para serem levados até à fronteira da Ucrânia na próxima semana", referiu a comunidade intermunicipal.
De Lamego, segundo a CIM Douro, "partirá mais de uma dezena de camiões com muitas toneladas de produtos que pretendem aliviar o sofrimento dos refugiados da guerra na Ucrânia".
A CIM Douro é constituída pelos municípios de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: Rússia promete questionar exército sobre ataque a hospital pediátrico