Esta posição vai ser defendida na 8.ª edição da Business Week daquela escola de negócios e de ciências empresariais, que se realiza na quarta e na quinta-feira, tendo como tema "O Futuro do Trabalho no Pós-Pandemia", com a participação de 65 empresas e organizações, entre multinacionais a 'startups' de referência.
"Como se verificou em dois anos de pandemia, o teletrabalho pode contribuir, tanto para o aumento da produtividade das empresas, como para aumentar o bem-estar dos trabalhadores", afirmou Ana Raquel Ferreira, estudante de Gestão de Empresas.
Para a coordenadora da Secção de Empregabilidade da Associação de Estudantes da Coimbra Business School, "os trabalhadores devem ter margem para poder modelar os seus próprios regimes de trabalho, construindo com os seus empregadores soluções individuais que sejam benéficas para a sua realização profissional e para a rentabilidade das empresas".
Pedro Costa, presidente da Coimbra Business School, realçou que um estudo europeu realizado pela escola que dirige e pela Universidade de Málaga (Getting a balance in the life satisfaction determinants of full-time and part-time European workers") refere que "o teletrabalho a longo termo permite uma melhor conciliação entre a atividade laboral e a vida familiar, podendo até aumentar os nascimentos em toda a Europa".
O dirigente considerou "fundamental que todas as partes envolvidas no processo laboral -- trabalhadores, empregadores e o Estado, incluindo o Governo e o Parlamento, as entidades fiscalizadoras e a segurança social -- assumam as suas responsabilidades no processo, desde a sua regulamentação às políticas de incentivo".
"Compete às empresas e outros empregadores construírem estratégias eficientes para que tudo funcione bem e os serviços e produtos produzidos sejam competitivos no mercado", afirmou Pedro Costa, salientando que "cabe também ao Estado produzir leis que protejam os trabalhadores e contribuir com medidas de apoio para as famílias e empresas, que tornem possível um novo modelo de trabalho com vantagens mútuas".
As empresas e organizações participantes na Business Week preveem entrevistar quase um milhar de estudantes e criar mais de 600 ofertas de emprego e de estágios.
"A Business Week é um elemento-chave para a empregabilidade dos estudantes da Coimbra Business School/ISCAC", afirmou Daniel Silvestre, presidente da Associação de Estudantes e um dos intervenientes nas sessões.
"Para além das entrevistas para estágios, que muitas vezes se transformam em propostas de emprego, as conversas com mais de seis dezenas de empresas servem, sobretudo, para referenciar estudantes para contactos futuros".
O presidente da Associação de Estudantes disse esperar que, durante o evento, "surjam também embriões de novas 'startups' envolvendo estudantes" da Coimbra Business School.
"No âmbito da reflexão que estamos a fazer sobre o que será o trabalho no pós-pandemia, ficou muito claro que, quanto mais competências tecnológicas dispuserem os estudantes, mais aptos estarão para modelarem para si próprios sistemas de trabalhos inovadores que misturem, de forma eficiente, regimes presenciais e de teletrabalho", frisou Daniel Silvestre.
Leia Também: Twitter voltará a abrir escritórios mas não desistirá do teletrabalho