"Temos, neste momento, à volta de 280 ucranianos [na região]", afirmou Valentyna Chan aos jornalistas após ter sido recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues (CDS-PP).
A representante da Associação dos Ucranianos em Portugal acrescentou que "estão previstos chegar muitos mais", sem conseguir "estimar um número em concreto".
Valentyna Chan adiantou, por outro lado, que há "alguma dificuldade no alojamento dos refugiados" e na resposta "a todos os que precisam".
"Mas, estamos a tentar ajudar todos os que estão a chegar e a pedir ajuda", vincou, apelando aos que possam ajudar a inscreverem-se na secretaria regional da Inclusão, preenchendo o formulário disponível e indicando aquilo que podem oferecer, seja um quarto, uma casa ou um sótão disponível.
A responsável referiu ainda que a associação tem "muitos voluntários", embora nunca sejam demais, e apelou para que as pessoas doem, sobretudo, bens alimentares e medicamentos.
"Não precisamos de roupa, já temos suficiente", salientou, indicando também "que os contentores têm espaço limitado" e é preciso "aproveitar o espaço com o estritamente necessário".
Relativamente aos custos relacionados com o transporte dos bens, Valentyna Chan recordou que na Madeira há uma parceria com o grupo Sousa, que transporta a suas expensas as mercadorias para o continente, sendo que depois um camião até à fronteira da Polónia custa cerca de 7.000 euros.
"Estamos a fazer seleção do que é estritamente necessário, porque tem custos muito grandes", reforçou.
Antes da audiência com o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Valentyna Chan esteve presente na sessão plenária, onde foi aplaudida de pé pelos deputados madeirenses.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: Figueira da Foz recebeu hoje meia centena de refugiados