Conforme disse à agência Lusa o comandante dos Bombeiros de Odemira, Luís Oliveira, que integra a missão, a iniciativa partiu da sociedade civil do concelho e junta voluntários de várias áreas, "desde empresários a pessoas ligadas à Educação".
"São pessoas de várias áreas de atividade que se voluntariaram e se disponibilizaram de imediato para integrar esta missão", disse.
A caravana humanitária, composta por sete carrinhas de nove lugares, partiu na manhã de hoje de Odemira e deve chegar no sábado à cidade polaca de Przemysl, na fronteira com a Ucrânia, onde vai deixar "bens de primeira necessidade e alguns medicamentos" para serem distribuídos pelas populações ucranianas.
"Depois iremos ao campo de refugiados na cidade seguinte, mesmo junto à fronteira, para fazer a recolha de mulheres e crianças que irão ser recebidas pelas famílias de acolhimento em Portugal", revelou Luís Oliveira.
A chegada da caravana a Odemira está prevista para terça-feira e, de acordo com o comandante dos bombeiros voluntários, deverão vir para Portugal um total de 49 pessoas, indicadas por associações voluntárias da Polónia.
"Algumas delas têm familiares em Portugal, mais concretamente em Odemira. Outras não, mas serão recebidas por famílias de acolhimento que já estão previamente preparadas para as receber", disse.
Para Luís Oliveira, esta missão é o "mínimo que se pode fazer" por um povo "que está a sofrer com uma guerra sem explicação".
Ainda assim, o comandante dos Bombeiros de Odemira admitiu recear o "impacto psicológico" causado pelo que vai encontrar no campo de refugiados.
"Esse é o meu grande receio. Vamos trazer cerca de 50 pessoas para Portugal, mas quantas mais 50 não ficarão lá com vontade de vir?", questionou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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