Uma bandeira da Rússia, um desenho com o rosto do presidente, Vladimir Putin, e diversas frases de apoio surgiram, ontem, numa quinta de uma freguesia no distrito de Évora. A denúncia foi realizada, este domingo, através de uma publicação da página 'Ucranianos em Portugal', na rede social Facebook.
No texto que acompanha as imagens, endereçado ao autarca local, Carlos Pinto de Sá, é referido que "os ucranianos que vivem no distrito de Évora reparam que no portão de uma quinta [...] apareceram imagens e slogans de apoio à agressão russa contra a Ucrânia".
Sublinhando que "neste momento, a Portugal já chegaram mais do que 10 mil refugiados ucranianos, principalmente mulheres e crianças" e que "os seus maridos, irmãos e filhos estão a defender a pátria nos difíceis combates com invasores russos que executam o plano do Putin de libertar o território da Ucrânia dos ucranianos", a missiva menciona ainda o facto de os governantes nacionais sempre terem condenado a invasão.
"Desde o início desta guerra, o presidente de Portugal, Marcelo [Rebelo de Sousa], e o primeiro-ministro, António Costa, condenaram a agressão russa e transmitiram palavras de apoio ao povo ucraniano", pode ler-se, acrescentando-se ainda que "os portugueses todos dias dão diverso apoio aos ucranianos, seja para Ucrânia, seja para os ucranianos que encontrarem abrigo em Portugal".
Contudo, "todos vivemos dias trágicos e preocupantes". "Para nós, ucranianos, Putin tornou-se o símbolo de morte e de crime e da maior tragédia humana no século XXI. Comparamos os crimes do Putin com os crimes de Hitler no século passado", argumenta o texto, asseverando assim que o autor destes "desenhos e textos a favor de Putin provoca uma grande dor moral aos refugiados ucranianos e à comunidade ucraniana que vive no seu distrito".
O texto termina com os 'Ucranianos em Portugal' a considerarem que este ato "se enquadra no artigo 240 da Lei Penal da República Portuguesa", que se refere a 'Discriminação e Incitamento ao Ódio e à Violência' - pode lê-lo neste link - e é punido com pena de prisão que pode ir de um a oito anos.
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