Gomes Cravinho: Países europeus "estão a investir largamente na defesa"

O ministro da Defesa discursou na tarde desta segunda-feira sobre ‘A Invasão da Ucrânia: Desafios para a Europa e o Mundo’.

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Beatriz Maio
21/03/2022 17:27 ‧ 21/03/2022 por Beatriz Maio

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Ministro da Defesa

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, marcou presença online, através de uma mensagem gravada, esta segunda-feira na conferência ‘A Invasão da Ucrânia: Desafios para a Europa e o Mundo’, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, onde reiterou que "a guerra que enfrentamos é absolutamente unilateral no que toca à culpa", argumentando que "esta guerra é a escolha de Putin, desencadeada após meses de desinformação e engano".

João Gomes Cravinho defendeu que "temos todos que nos reunir em torno do apoio à Ucrânia", explicando que "a NATO não quer um conflito direto com a Rússia, mas não hesitará em responder se o território aliado for atacado".

O ministro apontou desafios e implicações do conflito na Ucrânia no continente europeu, entre elas a impossibilidade de ignorar as “lições de séculos da história” e a natureza precária da paz, o que, nas suas palavras, “tem sido ausente do pensamento europeu durante décadas”.

"Na Europa temos que ter a capacidade para proteger e defender os nossos valores e objetivos", mencionou, salientando que "a paz é um dos principais", contudo "requer a capacidade militar e outros que partilhem os mesmos valores". João Gomes Cravinho esclareceu que os países europeus "já estão a investir largamente na defesa", mas frisou que "temos que investir mais e melhor" para "modernizar a nossa capacidade militar".

O ministro acredita que é necessário "fazer investimentos de forma mais coordenada com as energias e reduzido a fragmentação e duplicação dos nossos bens militares". Destacou ainda a necessidade de “conseguirmos ter um desenvolvimento tecnológico e de infraestruturas que possa beneficiar os cidadãos", bem como a importância da "digitalização da nossa sociedade e o investimento no ciberespaço e tecnologia". 

Sublinhou que “uma defesa fortalecida europeia não subestima a responsabilidade individual devido a outros desafios que surgem no resto do mundo" e que "esta trágica guerra de agressão tem-nos mostrado que a União Europeia e NATO são complementares e precisam uma da outra para serem eficazes".

João Gomes Cravinho afirmou que "não nos podemos dar ao luxo de não dialogarmos" e confessou que "a confiança perdida não será facilmente recuperada na consequência desta invasão russa". Na sua opinião, "o futuro da Ucrânia deverá ser decidido pelos ucranianos".

Por fim, admitiu que a China é um “interlocutor importante” e as decisões que tomará, neste contexto, terão um impacto a longo prazo, reconhecendo também que existe "muito trabalho pela frente na reimaginação e renegociação da nossa ordem mundial".

Presentes na conferência estiveram também o antigo primeiro-ministro e presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014, Durão Barroso, a antiga alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança Catherine Ashton e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Leia Também: Ucrânia. Marcelo apela a "reforço" acelerado de capacidades europeias

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