Putin "cometeu um erro ao subestimar a resistência ucraniana"

Marcelo Rebelo de Sousa considera que "é evidente" que quem "pensou esta agressão" falhou "pontos fundamentais" e lembra que a NATO e a União Europeia continuam "unidas".

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Márcia Guímaro Rodrigues
24/03/2022 18:05 ‧ 24/03/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quinta-feira que um dos principais “erros” do presidente russo, Vladimir Putin, na invasão da Ucrânia pela Rússia foi “subestimar a resistência ucraniana”. 

Em declarações aos jornalistas, durante uma visita ao Porto, o chefe de Estado diz que “é evidente” que quem “pensou esta agressão” falhou “pontos fundamentais”.

E enumera: “Falhou o ponto em que a Europa se ia dividir. Não dividiu. Falhou o ponto de que a NATO se ia dividir. Não dividiu. Falhou o ponto que a União Europeia e a NATO não se iam entender. Entenderam-se. Falhou o ponto que dentro da NATO haveria uma visão europeia e uma visão americana. É uma só visão. Falhou o ponto de que seria uma resposta fraca aquela que a União Europeia daria ou a NATO daria. Foi uma resposta forte - sanções económicas e financeiras fortes de um lado e presença militar forte nas fronteiras da NATO”.


Mas, mais importante, “cometeu-se um erro ao subestimar a resistência ucraniana, achando que vinha vindimada”. “A ideia de que se chegava rapidamente ao fim e se fazia tudo aquilo que se pensava que se podia fazer não ocorreu”, afirmou.

O Presidente da República frisou que a União Europeia e a NATO continuam “unidas” e “não tem a ver com posições ideológicas", uma vez que “há governos de esquerda e governos de direita”, além de “presidentes de esquerda e presidentes de direita” nas organizações. Na ótica de Marcelo, a união tem a ver com a “ideia de paz, respeito pelo direito internacional, respeito pela carta das Nações Unidas, respeito pela soberania dos Estados, da integridade do seu território e dos direitos das pessoas”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que “tudo o que venha a acontecer no agravamento da agressão à Ucrânia terá resposta correspondente da NATO, como tem tido da União Europeia” e, questionado sobre o “posicionamento mais agressivo” por parte da aliança transatlântica perante a invasão russa, lembra que a NATO “diz e dirá sempre” que se trata de uma “aliança defensiva”. 

“O que hoje se diz é: ‘Não pensem que se nós formos atacados, não nos defenderemos'. Não se diz: ‘Vamos atacar-vos. Nós não vamos atacar-vos porque uma aliança defensiva não ataca’”, elucidou.

Assinala-se esta quinta-feira um mês desde o início da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), há pelo menos 1.035 mortos e 1.650 feridos entre a população civil até ao final do dia de terça-feira. Há ainda mais de 3,6 milhões de refugiados que fugiram para os países vizinhos. 

Leia Também: "A derrota que Putin teve foi dar uma nova vida à NATO", diz Costa

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