Chefe do Estado-Maior da Armada pondera readmitir capelão Licínio Luís

O Chefe do Estado-Maior da Armada está a ponderar readmitir o capelão Licínio Luís, que foi exonerado na sequência de críticas públicas às declarações do almirante Gouveia e Melo aos fuzileiros, disse à Lusa fonte da Marinha.

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Lusa
30/03/2022 16:55 ‧ 30/03/2022 por Lusa

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A mesma fonte adiantou à Lusa que o capelão Licínio Luís "foi exonerado face à posição que tomou e os termos em que a manifestou" mas está "profundamente arrependido" e "já pediu desculpas pessoais em audiência e retratou-se publicamente".

Por estas razões, acrescentou, o Chefe do Estado-Maior da Armada estará "a pensar ainda o que fazer", a "refletir muito sobre o assunto", com o objetivo de "ser ético e justo".

Contactada hoje pela Lusa, a Marinha confirmou de manhã que o capelão teve uma audiência com o almirante Gouveia e Melo esta terça-feira e que se encontra atualmente exonerado.

Na terça-feira o jornal Expresso avançou que o capelão Licínio Luís fez uma publicação na rede social 'Facebook' crítica das palavras do almirante Gouveia e Melo, que na semana passada fez um discurso duro ao corpo de fuzileiros da Marinha.

"O senhor almirante que aguarde pela Justiça. Julgar sem saber não corre nada bem", escreveu Licínio Luís na sua página pessoal do Facebook, de acordo com o jornal, numa publicação entretanto apagada.

De acordo com o Expresso, na publicação o capelão da Marinha defende que "os jovens estavam a divertir-se e foram provocados" e pergunta: "O senhor almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos?".

Na semana passada o almirante Gouveia e Melo fez um discurso duro ao corpo de fuzileiros da Marinha, no dia do funeral do agente da PSP Fábio Guerra, vincando que não quer "arruaceiros" na Marinha, nem militares "sem valores".

No seu discurso, Gouveia e Melo classificou os acontecimentos que resultaram na morte do agente da PSP Fábio Guerra como "um ataque selvático, desproporcional e despropositado".

"Os acontecimentos do último sábado já mancharam as nossas fardas independentemente do que vier a ser apurado. O ataque selvático, desproporcional e despropositado não pode ter desculpas e justificações nos nossos valores, pois fere o nosso juramento de defender a nossa Pátria. O agente Fábio Guerra era a nossa Pátria, a PSP e as forças de segurança são a nossa Pátria e nela todos os nossos cidadãos", vincou.

O agente Fábio Guerra, de 26 anos, morreu no passado dia 21 de março, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às "graves lesões cerebrais" sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome.

Um dos suspeitos no envolvimento nas agressões, civil, foi libertado após ser interrogado pelo Ministério Público e os restantes dois detidos, fuzileiros da Armada, ficaram na passada quarta-feira em prisão preventiva.

Leia Também: Exonerado capelão da Marinha que criticou Gouveia e Melo no Facebook

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