No total, o navio patrulha oceânico, com uma guarnição de 46 militares, irá ficar 60 dias no Golfo da Guiné, no âmbito da iniciativa "Mar Aberto", e tem paragens marcadas em Angola, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Gana e Cabo Verde.
Em declarações aos jornalistas, o comandante do navio, o capitão-de-fragata Hugo Paciência da Silva, indicou que a missão tem como objetivo principal efetuar "cooperação" e "capacitação" das marinhas e guardas costeiras que se encontram nesses países.
"Paralelamente, também é uma missão com algum cariz humanitário. Iremos levar aproximadamente 15 toneladas de material doado por diversas instituições de solidariedade portuguesas e organizações não governamentais para os países que iremos praticar durante esta missão", indicou.
Entre o material que irá ser distribuído pelo NRP Viana do Castelo -- e que se encontrava em contentores no convés do navio -- contam-se livros, roupas, brinquedos, e material mobiliário escolar, como secretárias, cadeiras ou material informático.
Na cerimónia de largada do navio, a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, acompanhado pela Chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante Henrique Gouveia e Melo, manifestou confiança na guarnição do NRP Viana do Castelo, afirmando estar certa de que irão "reforçar o prestígio" da Marinha.
No entender da governante, a missão do NRP Viana do Castelo é "simultaneamente importante, atual e exigente".
"Importante porque servirá para consolidar o contributo de Portugal enquanto provedor ativo de segurança e capacitação no espaço do Atlântico. Atual porque os desafios que se nos deparam do ponto de vista marítimo permanecem tão contemporâneos quanto urgentes. E exigente porque convocará os nossos melhores esforços para cumprir os compromissos bilaterais e multilaterais que Portugal assume", frisou.
Naquela que foi a sua primeira visita a uma base naval desde que tomou posse como ministra da Defesa, Helena Carreiras salientou que o NRP Viana do Castelo é um "navio com amplas possibilidades" e um "caso de sucesso da indústria nacional", que esperou que venha a ser divulgado junto dos parceiros de Portugal.
Prestes a passar 60 dias no mar -- o navio tem regresso marcado para o dia 08 de junho --, o comandante Hugo Paciência da Silva salienta que a duração da missão é o "maior desafio" para a guarnição, começando logo com "14 dias de navegação de seguida" rumo a Luanda, aonde deverá chegar no dia 25 de abril.
"Além das navegações, o maior desafio será certamente aquilo que o mar nos desafia todos os dias. O mar é um ambiente hostil ao ser humano e, portanto, só o facto de andarmos no mar é um desafio constante", frisou.
Iniciada em 2008, a iniciativa "Mar Aberto" consiste em missões de cooperação no domínio da Defesa com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), "em áreas como a segurança marítima e atividades científicas".
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