A sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, juntou hoje no parlamento as três principais figuras do Estado -- Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o primeiro-ministro, António Costa -- bem como os partidos com assento parlamentar, com exceção do PCP, que decidiu não estar presente, além de muitos convidados.
A cerimónia durou 35 minutos, tendo Volodymyr Zelensky dirigido-se ao hemiciclo por videoconferência diretamente da Ucrânia, numa sessão durante a qual se ouviu a voz do Presidente ucraniano de fundo, mas contou com a tradução simultânea em português que se fazia ouvir na sala.
Quando Zelensky surgiu nas quatro telas gigantes do parlamento, viram-se muitos telefones no ar para registar este momento histórico, num plenário onde o azul e amarelo se destacavam nas lapelas de muitos deputados que envergavam as cores da Ucrânia em forma de laço.
Na bancada do PSD, uma grande fita amarela e azul amarrada a um microfone captava a olhar.
Depois do discurso do Presidente ucraniano, uma longa ovação de pé no hemiciclo, à exceção do Governo, que de acordo com fonte oficial do executivo explicou à agência Lusa é prática não se manifestar na Assembleia da República.
No ecrã, Zelensky, vestido com a habitual 't-shirt' verde-tropa que o tem caracterizado, colocou a mão sobre o seu peito em jeito de agradecimento.
Depois do discurso de Augusto Santos Silva, e conforme previa o protocolo, ouviram-se os hinos dos dois países tocados pela banda da Guarda Nacional Republicana desde os Passos Perdidos do parlamento.
O Presidente ucraniano levantou-se em sinal de respeito, como todos presentes, mas foi das galerias do hemiciclo que irromperam vozes para cantar, em ucraniano, o seu hino, um momento que no final contou com novo aplauso.
Depois do hino português, Zelensky desapareceu do ecrã e o presidente da Assembleia da República declarou encerrada a sessão solene que contou ainda com a presença do antigo Presidente da República António Ramalho Eanes e da sua mulher, Manuela Eanes, bem como do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, entre outros convidados.
Horas antes do início da cerimónia, a azáfama nos corredores do parlamento era audível e visível: cabos, escadotes e técnicos, de lado para lado, para que na hora certa nada falhasse.
Dentro do hemiciclo foram feitos vários testes de som e imagem, alguns deles já diretamente com a Ucrânia, tendo sido realizados os derradeiros ajustes na última hora.
Nos Passos Perdidos do parlamento, para além das muitas câmaras, jornalistas e funcionários, foi colocada uma televisão gigante na qual será emitida a emissão.
Foi através desse mesmo ecrã que quem estava nos Passos Perdidos pôde ver o período durante o qual a polícia, com detetores de metais e cães, fez uma vistoria de segurança meticulosa e demorada a todo o hemiciclo antes da cerimónia.
A sessão obrigou a algumas reorganizações até de mobiliário, tendo bancadas que habitualmente são usadas pelos serviços no hemiciclo sido retiradas para os corredores do parlamento, onde as passadeiras vermelhas das escadarias foram cuidadosamente aspiradas horas antes dos convidados começarem a chegar.
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