"Relativamente à intervenção do senhor Presidente da República, achei que, do ponto de vista tático-político, foi muitíssimo interessante porque ao colocar a tónica na importância das Forças Armadas, na atual conjuntura, quer geopolítica quer interna, está a reforçar que as funções de soberania, aquelas que competem ao Estado - e que os liberais gostam de ver reforçada que compete ao Estado - não podem ser o parente pobre dos orçamentos, não podem ser o parente pobre as escolhas políticas", disse João Cotrim Figueiredo aos jornalistas no final da sessão solene do 25 de Abril, que decorreu hoje no parlamento.
Na análise do presidente liberal, o alerta de Marcelo Rebelo foi "muito oportuno", uma vez que esta é uma decisão que será preciso tomar neste e em futuros orçamentos do Estado.
"Foi um gosto finalmente ao fim de dois anos ter uma outra vez uma sessão solene com o hemiciclo cheio, sem máscaras e com um cheirinho a liberdade que já quase nos tínhamos esquecido", começou por enaltecer.
No entanto, de um lado menos positivo na visão de Cotrim Figueiredo foi o facto de "a maioria das intervenções" que se focaram "quase exclusivamente na evocação da data e não perspetivam aquilo que o 25 de abril trouxe de liberdade projetada no futuro".
O Presidente da República pediu hoje no seu discurso do 25 de Abril "mais meios imprescindíveis" para as Forças Armadas e "um consenso nacional continuado e efetivo" para fortalecer este "pilar crucial".
Marcelo Rebelo de Sousa, que há um ano nesta data centrou o seu discurso na memória do passado colonial, dedicou hoje a sua intervenção na sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril às Forças Armadas, realçando a guerra em curso na Ucrânia, invadida por forças russas há 60 dias.
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