O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a defender, esta segunda-feira, o investimento nas Forças Armadas, tema central do seu discurso na sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril, no Parlamento.
Em declarações aos jornalistas em Madrid, onde se deslocou para participar na cerimónia de depósito do legado de José Saramago, na Caja de las Letras do Instituto Cervantes, o chefe de Estado reiterou que “há pequenos passos que se devem dar”, considerando que a carreira nas Forças Armadas deve ser uma carreira com “futuro”.
“Quem entra nas Forças Armadas, logo como praça, não pode de repente ter um estatuto que seja muito diferente, para pior, do que o estatuto de outros servidores públicos notáveis, num domínio da segurança ou do apoio ou da ajuda à comunidade. Não pode de repente ser uma carreira em que as pessoas chegam à conclusão que não tem futuro e vão saindo da carreira”, começou por dizer.
“Saem pilotos das Forças Armadas porque vão para companhias comerciais, saem aqueles que poderiam servir na Marinha porque vão para outras atividades. Saem os que (...) não veem futuro. E às tantas, o que é fundamental para a comunidade, até para problemas em situações de emergência da comunidade, precisa de recursos e esses recursos no futuro poderão não existir”, acrescentou.
Questionado sobre se os portugueses compreendem que seja cedido dinheiro para as Forças Armadas quando há tantas áreas a necessitar, o chefe de Estado defendeu que a pandemia e a guerra ajudaram os portugueses a olhar de outra forma para o papel das Forças Armadas.
“Eu acho que depois da vacinação que houve, que ajudou a salvar a vida de pessoas, depois de terem visto aumentar os preços por causa da guerra (…) de repente pensam duas vezes e dizem: com a lição da pandemia, com a lição da guerra, faz sentido ver com outros olhos o papel das Forças Armadas”, completou.
Leia Também: 25 de Abril sem máscaras e discurso de Marcelo focado nas Forças Armadas