O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, descartou esta segunda-feira que a exoneração da secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Sara Abrantes Guerreiro, tenha a ver com a polémica da recepção de refugiados por russos pró-Kremlin em que a Câmara de Setúbal se viu envolta.
Marcelo justificou a saída do cargo com "questões pessoais de força maior" de Sara Guerreiro. "Foi uma questão pessoal, não há nenhuma questão política", sublinhou o Presidente.
Quanto à questão política, o chefe de Estado aponta que "há duas dimensões" a ter em conta em relação ao sucedido na Câmara Municipal de Setúbal.
"A primeira dimensão é o apuramento do que se passou, o apuramento de factos e há autoridades competentes para isso quer do ponto de vista administrativa quer do ponto de vista judicial", começa por apontar. "Outra questão é a de princípio que é a mais importante. A Constituição Portuguesa prevê o respeito da privacidade das pessoas e dos dados e isso aplica-se aos portugueses e obviamente aos migrantes e refugiados e isso é particularmente sensível em pessoas que estão mais frágeis", detalha.
Refira-se que o Presidente da República aceitou hoje a proposta do primeiro-ministro de substituição de Sara Guerreiro por Isabel Rodrigues no cargo de secretária de Estado da Igualdade e Migrações, como refere uma nota da Presidência da República.
Fonte do executivo adiantou à agência Lusa que esta substituição no Governo "ocorre a pedido da própria" Sara Abrantes Guerreiro "e por motivo de doença".
A tomada de posse da nova secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Rodrigues, terá lugar hoje, "em cerimónia restrita" no Palácio de Belém, pelas 19h30.
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