O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse esta sexta-feira, em declarações à RTP3, que há mais dois casos suspeitos de hepatite aguda infantil em território nacional, perfazendo assim um total de seis casos suspeitos da doença.

Em declarações ao referido canal televisivo, o secretário de Estado deu conta de que a Direção-Geral da Saúde (DGS) já reportou "seis casos suspeitos da hepatite atípica", os quais "estão a ser vigiados". Estão, assim, em causa "mais dois casos" suspeitos face à anterior atualização feita pelas autoridades de saúde.

Segundo Lacerda Sales, um dos casos que está a ser monitorizado neste sentido é no Hospital de São João, no Porto, havendo um outro em Tondela. Existem ainda "alguns casos suspeitos no setor privado", os quais estão também a ser acompanhados pela DGS.

Neste momento, os casos suspeitos estão já a ser analisados, como explica o governante: "Estes processos são muitas vezes complexos e exigem análises laboratoriais, também complexas. Por exemplo, uma das análises é para um dos vírus que é o Adenovírus, do tipo A, que é essencialmente um vírus respiratório, mas também algumas reações gastrointestinais", explica.

Segundo António Lacerda Sales, nenhum destes dois novos casos suspeitos, à semelhança dos anteriormente comunicados, não representam formas graves da doença. Isto numa altura em que, como lembra o secretário de Estado, "não há nenhum caso confirmado em Portugal".

Na tarde de quarta-feira, a DGS tinha anunciado a existência de "quatro casos suspeitos de hepatite aguda de etiologia desconhecida" em solo português. As crianças, com idades entre os "sete meses e oito anos", apresentavam um "quadro clínico de hepatite aguda", tendo sido levada a cabo "a avaliação laboratorial complementar e a avaliação epidemiológica" respetiva. Nenhuma delas "apresentou complicações graves, tendo recuperado do quadro clínico", explicou a entidade, em comunicado.

Segundo o balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), foram identificados pelo menos 228 casos prováveis de hepatite aguda infantil em 20 países, havendo ainda 50 casos sob investigação. A doença resultou na morte confirmada de uma criança, ao passo que outras quatro mortes estão a ser investigadas. 

Recorde-se que este surto de origem desconhecida foi anunciado pela OMS a 15 de abril, afetando crianças com idades entre um e 16 meses. A hepatite aguda infantil manifesta-se através da inflamação do fígado e de sintomas gastrointestinais, entre eles dores abdominais, diarreia, vómitos, e elevação das enzimas do fígado. 

[Notícia atualizada às 15h00]

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