Centro em Vila do Conde estuda fenómenos aéreos "extraordinários"

Um grupo de antigos investigadores criou o Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais (CIFA), em Vila do Conde, no distrito do Porto, que pretende avaliar e estudar fenómenos aéreos "extraordinários" no país e auxiliar a população a compreendê-los.

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Lusa
17/05/2022 11:27 ‧ 17/05/2022 por Lusa

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Em declarações à agência Lusa, Vítor Moreira, um dos fundadores e presidente do CIFA, esclareceu hoje que a intenção é "conseguir estudar e investigar fenómenos extraordinários" que ocorrem no país e, consequentemente, fazer a sua "validação científica".

"Não vamos andar atrás de luzes, nem identificar fenómenos a grande distância", referiu Vítor Moreira, salientando que o objetivo é tratar "com seriedade" os fenómenos aeroespaciais extraordinários e auxiliar a população a compreendê-los. 

"Atualmente há a necessidade de esclarecer a população e fomentar uma opinião mais balizada do que são estes fenómenos", defendeu, acrescentando que o CIFA "não se baseia em teorias de conspiração".

Fundado em julho de 2021 por uma equipa de investigadores que nas décadas de 1980 e 1990 estudavam estes fenómenos, o CIFA é atualmente composto por uma equipa multidisciplinar que inclui advogados, engenheiros, jornalistas e agentes de autoridade.

O estudo, análise e investigação de fenómenos aeroespaciais desencadeados pelo centro tem por base arquivos - físicos e digitais -, bem como documentos e relatórios de outras organizações que têm vindo a ser recolhidos "nos bastidores e anonimato", desde 2018.

Além da documentação, o trabalho do CIFA tem também por base a informação divulgada nos meios de comunicação social portugueses, "importante fonte" na qual a equipa vai também focar as suas atenções, confrontando-a com o conhecimento de outras entidades como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

"Em Portugal existem quase dois mil registos de acontecimentos extraordinários. Temos relatos de casos muito fidedignos, mas não deixa de ser o diz que disse. Sabemos que narrativas são narrativas e nós queremos ir mais além", salientou.

Neste momento, o CIFA está a desenvolver "equipas de intervenção rápida" no Porto e em Lisboa, que, munidas de material científico de análise de dados, vão "validar os fenómenos".

"Queremos posteriormente criar protocolos de colaboração efetiva com a Força Aérea e a Guarda Nacional Republicana (GNR) para chegar até aos casos isolados que possam ocorrer no interior do país", disse, justificando que o propósito é "atuar rápido e fazer um apuramento mais eficaz".

À Lusa, Vítor Moreira destacou que a equipa já desenvolveu "um trabalho de apuramento de acontecimentos que foram relevantes no ano passado", que resultou no Relatório Anual de Ocorrências, no qual "nenhum caso foi dado como extraordinário", tendo existido uma explicação e validação científica para os 19 acontecimentos avistados.

"Maioritariamente, a percentagem de casos explicados envolve a tecnologia dos 'drones', que continua a fazer erráticas interpretações, assim como vários tipos de balões", afirmou o responsável.

Vítor Moreira salientou que o CIFA espera no próximo ano apresentar "um modelo mais consistente e apurado" dos relatos recebidos, projetando para 2023 continuar a trabalhar "não com hipóteses, mas com certezas".

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