Anúncio de Marcelo? Governo não "condiciona a palavra" do Presidente
Costa comentou o facto de ter sido Marcelo a anunciar o período em que decorrerá a sua ida a Kyiv e defendeu que não compete ao Governo comentar a "atuação" do Presidente ou condicionar o "timming" em que este "entende usar da palavra".
© Global Imagens
País Costa
O primeiro-ministro, António Costa, confirmou, esta quarta-feira, que vai visitar Kyiv, capital da Ucrânia, esta semana, tal como foi anunciado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, algumas horas antes. Questionado sobre o facto de ter sido Belém a fazer este anúncio, o chefe do Executivo socialista considerou que Marcelo “determina o timming da sua própria palavra” e que “não é o Governo que condiciona a palavra” do Presidente.
Em declarações aos jornalistas em Bucareste, na Roménia, o primeiro-ministro recusou-se a confirmar o dia em que visitará a capital ucraniana. Confrontado sobre se ficou “surpreendido” com o facto de o anúncio da visita ter sido feito por Belém, Costa disse que “não” e sublinhou o facto de não existirem “segredos” com o Presidente da República.
“Como é sabido entre o Governo e o Presidente da República não há obviamente segredos. A política interna e externa é conduzida pelo Governo, devendo o Governo manter permanentemente informado o senhor Presidente da República, quer dos assuntos da política interna, quer dos assuntos da política externa. Portanto, obviamente, o senhor Presidente da República conhece desde sempre o que é que o Governo faz, pensa e quando o faz”, começou por dizer.
Questionado sobre se sabia que Marcelo ia tornar público o período da visita e confrontado com o facto de muitas destas viagens não serem conhecidas antecipadamente por uma questão de segurança, Costa reforçou que se o Presidente o fez, fez “seguramente bem”.
“Se o Presidente anunciou está anunciado, se o anunciou fez seguramente bem. É por isso que é Presidente da República e determina o timming da sua própria palavra, não é o Governo que condiciona a palavra do Presidente da República”, disse.
“O governo compete-lhe fazer o que lhe compete fazer, que é dirigir a política interna, a política externa, manter permanentemente informado o Presidente da República, saber ouvir, saber dialogar com o Presidente da República. Agora não comentamos a atuação nem condicionamos o timming em que o Presidente da República entende usar da palavra”, insistiu.
Recorde-se que, esta quarta-feira, Marcelo, que está numa visita a Timor-Leste, anunciou que o primeiro-ministro iria visitar Kyiv esta semana, até sábado, destacando a “coincidência feliz” de a visita ocorrer em simultâneo com a sua visita a Timor.
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