O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa está, na manhã desta quinta-feira, em Timor-Leste, onde recorda a luta timorense e visita o cemitério de Santa Cruz, em Díli, palco do massacre de 12 de novembro de 1991, onde o povo se refugiou durante a guerra e rezou em português.
Marcelo frisou que "contra todos os argumentos da geopolítica, localização geográfica e de estar em condições, para muitos, de isolamento do mundo", Timor-Leste, "apesar disso tudo, resistiu, persistiu e venceu".
O Presidente acredita que caso as imagens não tivessem circulado para fora do país, a história teria sido "certamente outra", no entanto, essa divulgação permitiu dar a conhecer "uma mistura que é muito identitária de história, de cultura, de tradição nacional e de componente religiosa e, naturalmente, de afirmação da língua portuguesa que era uma maneira de rejeitar a língua do invasor".
Defendeu que "com o que sabemos hoje do povo timorense sabemos que chegaria sempre à independência" o que, nas suas palavras, poderia levar mais algum tempo sendo que demorou oito anos até ao referendo e 11 até à independência e "não seria necessário a resistência, mortes, sacrifícios, prisões, ignorância e dominação sobre uma cultura e uma identidade nacional muito forte”.
O chefe de Estado português revelou sentir "uma emoção muito forte" no cemitério onde o povo timorense se refugiou, visto que "é ver o local onde tudo se passou" e pode imaginar-se até "como se terá passado". Marcelo relembrou que este foi "o último refúgio contra os invasores", mais precisamente a capela onde se esconderam.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita pela primeira vez Timor-Leste entre hoje e domingo, por ocasião dos 20 anos da restauração da independência e da posse de Ramos-Horta como chefe de Estado timorense.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Díli acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Em Díli encontra-se também, em representação do parlamento português, a vice-presidente Edite Estrela, deputada do PS.
Durante a visita oficial, centrada na capital, Díli, Marcelo Rebelo de Sousa irá também inaugurar a nova Embaixada de Portugal e encontrar-se com a comunidade portuguesa.
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