Rússia expulsa cinco diplomatas portugueses como "retaliação"

Os embaixadores terão de deixar o país dentro de 14 dias.

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Daniela Filipe
19/05/2022 10:32 ‧ 19/05/2022 por Daniela Filipe

País

Ucrânia/Rússia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou, esta quinta-feira, a expulsão de cinco diplomatas portugueses em missão no país, como "medida de retaliação" à expulsão de 10 embaixadores russos em Portugal.

A embaixadora de Portugal em Moscovo, Madalena Fischer, foi, esta quinta-feira, convocada para comparecer junto daquela entidade, que condenou "a decisão provocativa das autoridades da República Portuguesa de declarar 10 funcionários da missão estrangeira russa em Portugal 'persona non grata'", indicou o organismo, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

Enfatizando que "este passo hostil terá impacto negativo nas relações russo-portuguesas", o ministério adiantou que os embaixadores portugueses terão de deixar aquele país no prazo de 14 dias.

O Governo português, por sua vez, repudiou "a decisão das autoridades russas, que não tem qualquer justificação que não seja a simples retaliação".

"Ao contrário dos funcionários russos expulsos de Portugal, estes funcionários nacionais levavam a cabo atividades estritamente diplomáticas, em absoluta conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", lê-se, em nota enviada às redações.

Portugal junta-se, assim, a um leque de países cujos diplomatas foram expulsos da Rússia. Entre estes estão França, Espanha e Itália que, na quarta-feira, foram notificados da expulsão de 34, 27 e 24 dos seus embaixadores em missão naquele país, respetivamente.

Recorde-se que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português declarou, em abril, 10 funcionários russos como 'persona non grata', por considerar que as suas atividades eram "contrárias à segurança nacional".

A Rússia prometeu, ainda naquele mês, responder à vaga de expulsões dos seus diplomatas de países da União Europeia (UE), tendo o presidente russo, Vladimir Putin, assinado um decreto para restringir a concessão de vistos para países da UE e para a Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, devido às suas "ações hostis" contra Moscovo.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

[Notícia atualizada às 10h54]

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