"Russos não querem só trocar prisioneiros valiosos, querem trocar mortos"

Esta segunda-feira, Nuno Rogeiro e José Milhazes comentaram a guerra na Ucrânia no Jornal da Noite da SIC Notícias.

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Beatriz Maio
23/05/2022 22:30 ‧ 23/05/2022 por Beatriz Maio

País

Ucrânia/Rússia

No dia em que o soldado Vadim Chichimarine, de 21 anos, foi condenado, em Kyiv, a prisão perpétua por ter matado um civil ucraniano desarmado, José Milhazes e Nuno Rogeiro, comentadores da SIC Notícias, analisaram, no Jornal da Noite, a possibilidade de troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia.

A Rússia admitiu já que vai criar um tribunal internacional, em Donetsk, para julgar os soldados ucranianos que tem na sua posse, mais propriamente membros do batalhão Azov, ideia apoiada por Moscovo.

Na opinião de José Milhazes, como em Donetsk vigora a pena de morte, "a Rússia pode usar isso para liquidar alguns daqueles que saíram de Azovstal". A seu ver, este pode ser um "jogo" de condenação, que passa pela troca de prisioneiros que a Rússia e a Ucrânia já tinham acordado.

"A Rússia está convencida de que vai ganhar a guerra e que vai ser uma coisa de pouco tempo e, se ganhar, então esses prisioneiros de guerra, de certeza, que nunca mais vão regressar à Ucrânia", defendeu Milhazes. 

Já Nuno Rogeiro recordou que, esta segunda-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrey Rudenko, divulgou que a Rússia está "a pensar fazer uma troca de prisioneiros", contudo esclareceu que é uma permuta de interesses: "Os russos não querem só trocar prisioneiros que são valiosos, querem também trocar mortos e há mortos com algum grau de hierarquia".

De mencionar que, também hoje, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, admitiu que mais 48 soldados russos serão julgados por crimes de guerra na Ucrânia, à semelhança do que sucedeu com o combatente Vadim. Segundo a responsável, o país está a investigar cerca de 13 mil crimes de guerra cometidos pelas forças russas durante a invasão da Ucrânia.

Leia Também: Futuro da Ucrânia? "Com tal vizinho, pode haver guerra. Pode repetir-se"

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