Subiu para 39 o número de casos do vírus Monkeypox detetados em Portugal, após a confirmação de mais duas infeções, revelou a Direção-Geral da Saúde (DGS), esta terça-feira.
"Todos os casos confirmados são de homens entre os 27 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos. Aguardam-se resultados laboratoriais relativamente a outras amostras", indica a entidade, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
A maioria das infeções foram notificadas em Lisboa e Vale do Tejo, ainda que a DGS ressalve a existência de casos nas regiões Norte e Algarve.
O organismo refere ainda que os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), mantendo-se "em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis e em ambulatório".
"Estão em curso os inquéritos epidemiológicos dos casos suspeitos que vão sendo detetados, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão, potenciais novos casos, respetivos contatos e ainda eventuais locais de exposição", complementa.
A DGS, que assegura continuar "a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias", alerta ainda para que quem apresente sintomas suspeitos - entre eles lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço - deve procurar aconselhamento médico e cobrir as lesões cutâneas ao dirigir-se a uma unidade de saúde.
"Reforçam-se as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, devendo os indivíduos abster-se de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas", remata a entidade.
Portugal tornou-se, na segunda-feira, o primeiro país a identificar a sequência genética do vírus Monkeypox, atualmente em circulação não só em Portugal, mas também em locais como o Reino Unido, Espanha, Suécia, Bélgica e Estados Unidos da América (EUA).
A descoberta, feita por uma equipa de especialistas do Núcleo de Genómica e Bioinformática do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), "poderá contribuir para uma mais rápida e efetiva compreensão deste fenómeno".
Segundo os mais recentes dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados esta terça-feira, há 131 casos de infeção confirmados e outros 106 suspeitos, desde que o primeiro caso foi notificado, a 7 de maio.
A Monkeypox é uma "doença zoonótica, em que roedores e primatas não humanos podem ser portadores do vírus e infetar pessoas". Terá sido identificada pela primeira vez em 1958, após dois surtos em macacos mantidos em cativeiro para fins de investigação. Depois, em 1970, foi identificada em humanos na República Democrática do Congo.
Trata-se de "uma doença endémica em alguns países da África Central e Ocidental, sendo raramente relatada fora da África. O vírus é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados", lembra o INSA.
[Notícia atualizada às 17h58]
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