Os dois concelhos algarvios concentram um total de 10 praias, cinco cada um, seguindo-se Tavira (distrito de Faro), com quatro, e Alcobaça (distrito de Leiria), Faro, Porto Santo (Madeira), Sesimbra (distrito de Setúbal), Vila do Bispo (Faro) e Vila do Porto (Santa Maria, Açores), com três cada.
A associação ambientalista Zero distinguiu este ano um total de 58 praias 'Zero Poluição' em 29 concelhos de Portugal, mais cinco do que em relação a 2021, representando 9% do total das 643 zonas balneares que vão funcionar esta época.
"Pela positiva merece destaque a entrada de cinco praias de Albufeira, que não tinham nenhuma no ano passado, e a passagem de uma para cinco praias de Aljezur", destaca a associação, que divulgou a lista das praias distinguidas na véspera da abertura de mais 211 zonas balneares em Portugal.
De acordo com a associação, uma praia 'Zero Poluição' é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares.
De acordo com a Zero, todas as praias distinguidas no ano passado como praias 'Zero Poluição' estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água "excelente".
Porém, ressalva, "na maioria das vezes, à custa de uma única análise onde foi detetada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor limite, deixaram de poder ser consideradas praias 'Zero Poluição'".
A associação ambientalista adianta, ainda, que saíram da lista do ano passado 12 praias e entraram 17 novas.
Os concelhos da Lourinhã e de Vila Nova de Gaia, que tinham duas praias 'Zero Poluição' no ano passado, deixaram de estar representados, indicou.
Segundo a Zero, "é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica.
À semelhança do que aconteceu nos anos de 2016 (quando a Zero iniciou esta avaliação) e 2019, há uma zona balnear interior com a classificação de 'Zero Poluição', a Albufeira de Alfaiates, no concelho do Sabugal.
As restantes praias são consideradas "costeiras", exceto uma praia em zona estuarina classificada como de "transição".
Segundo a Zero, este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas.
Segundo a Zero e com base nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a associação "identificou as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2019, 2020 e 2021), não só tiveram sempre classificação "excelente", como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (escherichia coli e enterococos intestinais).
"Isto é, em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias", lê-se na nota.
A associação explica que são considerados três anos "por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Diretiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear".
A monitorização das águas balneares é uma competência da APA, no continente, da Direção Regional dos Assuntos do Mar, nos Açores, e da Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente, na Madeira.
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