"O petróleo russo tem os dias contados na União Europeia", garante Costa
Primeiro-ministro sublinhou que as sanções estão "no ponto certo entre os interesses da UE e o efeito das sanções sobre a Rússia" e que é preciso garantir que se aplicam as medidas certas no momento certo, sob risco de terem efeito "ricochete na União Europeia".
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Mundo Guerra na Ucrânia
O primeiro-ministro, António Costa, falou esta terça-feira após reunião do Conselho Europeu Extraordinário sublinhando que "ao contrário do que todos previam, foi possível encontrar um consenso" para o sexto pacote de sanções contra a Rússia pela invasão à Ucrânia.
Costa deu conta de que foram criadas "plataformas para reconstruir a Ucrânia" e que o Conselho Europeu "apoia a reabertura dos portos da Ucrânia".
Sobre a energia, o primeiro-ministro português admitiu ainda que Portugal vai contribuir para a segurança energética da UE e, para isso, é preciso acelerar a interconexão com Espanha para o gás e energia.
Quanto a um possível sétimo pacote de sanções, apontou Costa que "não faz sentido discutir mais sanções" por enquanto e é importante perceber que para sancionar a Rússia não se pode colocar em risco de serem afetados outros países.
O primeiro-ministro explicou que é preciso dar tempo aos países para encontrarem soluções. O facto de Portugal ser pouco afetado por ter pouca dependência energética da Rússia - Costa classifica situação energética de Portugal como "favorável" - não significa que o mesmo aconteça com outros países.
Apesar desse tempo para os países se reajustarem, Costa garantiu: "A mensagem que podemos deixar à Rússia é que o petróleo russo tem os dias contados na União Europeia".
"A União Europeia chegou hoje ao ponto certo entre os interesses da UE e o efeito das sanções sobre a Rússia é o ponto de equilíbrio adequado. Como é sabido, vários países que dependem do gás da Rússia estão a desenvolver esforços para se libertassem dessa dependência e, portanto, a UE ficar com a capacidade de aplicar sanções sem o efeito ricochete de produzirem mais efeitos negativos na própria UE do que na própria Rússia", explicou acrescentando que é, por isso, que "temos de aplicar as sanções certas no momento certo".
Quanto à inflação, o primeiro-ministro frisou que os países estão preocupados com a subida dos preços e diz esperar que "a União Europeia aprove o mecanismo ibérico que permita controlar esta subida dos preços".
Costa afirma ainda que a inflação, segundo "tudo indica", é causada pela guerra e sem o fim da mesma "dificilmente conseguiremos mitigar o efeito".
"Não vale a pena ter ilusões, vamos continuar com preços elevados na energia", frisou.
Quanto ao risco da guerra para Portugal, "o risco é muito grande" no que diz respeito ao aumento de preços. "Significa níveis de inflação que já não tínhamos há muitos anos no nosso país. Creio que só a partir da minha geração é que temos memória de inflações desta natureza. É um risco brutal e consequência da guerra na Ucrânia que estamos todos a pagar".
Recorde-se que a União Europeia anunciou, na segunda-feira, ter já chegado a acordo sobre embargo ao petróleo russo. O mesmo deverá reduzir em cerca de 90% as importações de petróleo da Rússia pelo bloco comunitário até ao final do ano, segundo a informação avançada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
[Notícia atualizada às 15h45]
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