Família de Rendeiro pede 2.ª autópsia. "Vários indícios de que foi crime"

A autópsia, caso autorizada, será realizada em Portugal.

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Notícias ao Minuto com Lusa
02/06/2022 14:55 ‧ 02/06/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Rendeiro

A família de João Rendeiro pediu a realização de uma segunda autópsia, pelo facto de suspeitar do envolvimento de terceiros na sua morte, está a noticiar a CNN Portugal.

A informação foi, posteriormente, confirmada à agência Lusa pela advogada da viúva. Inês Montalvo referiu não ter recebido ainda a resposta do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) a confirmar o deferimento do pedido e justificou a necessidade da autópsia por considerar que há "vários indícios de que se tratou de um crime".

Caso autorizada, esta nova autópsia será realizada em Portugal assim que o corpo chegar a território nacional, tal como é desejo da família do próprio. Uma chegada que, como se sabe, está prevista para a manhã desta sexta-feira, no Aeroporto de Lisboa.

A advogada de Maria de Jesus Rendeiro (viúva) disse que a família não teve informação oficial sobre a realização da primeira autópsia nem dos resultados da mesma, efetuada na morgue de Pinetown (Durban), pelo que considera que "esta será a primeira autópsia".

"Esta é uma questão importante para a família, que pretende esclarecer se a morte resultou de um crime", afirmou Inês Montalvo, acrescentando que existe uma "suspeita genérica" de homicídio e que "esta é a última oportunidade que a família tem para esclarecer o sucedido".

A advogada indicou ainda que a prisão de Westville, onde João Rendeiro estava detido desde dezembro de 2021, "era muito violenta" e as informações de que o antigo presidente do BPP "foi ameaçado de morte várias vezes". Argumentou que "as condições de lugar e de modo" em que ocorreu a morte de João Rendeiro, em Durban, "são as menos prováveis" para configurar um suicídio.

Segundo fonte judicial, citada pela CNN Portugal, a autorização já terá sido pedida ao Ministério Público (MP). Caso seja aceite, o corpo de Rendeiro deverá seguir para o Instituto de Medicina Legal, para a realização da referida autópsia.

Uma nova autópsia resultaria, naturalmente, no adiamento das cerimónias fúnebres do antigo banqueiro.

Recorde-se que João Rendeiro foi encontrado morto no dia 13 de maio, na cela onde se encontrava na prisão sul-africana de Westville, em Durban. A autópsia seria realizada quatro dias depois, na África do Sul.

O veredito das autoridades sul-africanas davam conta de que o antigo banqueiro se teria suicidado, ainda que as investigações às circunstâncias da morte não tenham sido ainda concluídas. 

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) estava há seis meses em prisão preventiva na já referida prisão sul-africana, onde aguardava o desfecho do processo de extradição para Portugal - cujo julgamento estava marcado para junho. Um processo ao qual, lembre-se, João Rendeiro sempre se opôs.

O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, embora só um deles tenha transitado em julgado.

[Notícia atualizada às 15h08]

Leia Também: Rendeiro. Ministério diz que trasladação é da responsabilidade da família

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