Família de Rendeiro pede 2.ª autópsia. "Vários indícios de que foi crime"
A autópsia, caso autorizada, será realizada em Portugal.
© Lusa
País Rendeiro
A família de João Rendeiro pediu a realização de uma segunda autópsia, pelo facto de suspeitar do envolvimento de terceiros na sua morte, está a noticiar a CNN Portugal.
A informação foi, posteriormente, confirmada à agência Lusa pela advogada da viúva. Inês Montalvo referiu não ter recebido ainda a resposta do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) a confirmar o deferimento do pedido e justificou a necessidade da autópsia por considerar que há "vários indícios de que se tratou de um crime".
Caso autorizada, esta nova autópsia será realizada em Portugal assim que o corpo chegar a território nacional, tal como é desejo da família do próprio. Uma chegada que, como se sabe, está prevista para a manhã desta sexta-feira, no Aeroporto de Lisboa.
A advogada de Maria de Jesus Rendeiro (viúva) disse que a família não teve informação oficial sobre a realização da primeira autópsia nem dos resultados da mesma, efetuada na morgue de Pinetown (Durban), pelo que considera que "esta será a primeira autópsia".
"Esta é uma questão importante para a família, que pretende esclarecer se a morte resultou de um crime", afirmou Inês Montalvo, acrescentando que existe uma "suspeita genérica" de homicídio e que "esta é a última oportunidade que a família tem para esclarecer o sucedido".
A advogada indicou ainda que a prisão de Westville, onde João Rendeiro estava detido desde dezembro de 2021, "era muito violenta" e as informações de que o antigo presidente do BPP "foi ameaçado de morte várias vezes". Argumentou que "as condições de lugar e de modo" em que ocorreu a morte de João Rendeiro, em Durban, "são as menos prováveis" para configurar um suicídio.
Segundo fonte judicial, citada pela CNN Portugal, a autorização já terá sido pedida ao Ministério Público (MP). Caso seja aceite, o corpo de Rendeiro deverá seguir para o Instituto de Medicina Legal, para a realização da referida autópsia.
Uma nova autópsia resultaria, naturalmente, no adiamento das cerimónias fúnebres do antigo banqueiro.
Recorde-se que João Rendeiro foi encontrado morto no dia 13 de maio, na cela onde se encontrava na prisão sul-africana de Westville, em Durban. A autópsia seria realizada quatro dias depois, na África do Sul.
O veredito das autoridades sul-africanas davam conta de que o antigo banqueiro se teria suicidado, ainda que as investigações às circunstâncias da morte não tenham sido ainda concluídas.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) estava há seis meses em prisão preventiva na já referida prisão sul-africana, onde aguardava o desfecho do processo de extradição para Portugal - cujo julgamento estava marcado para junho. Um processo ao qual, lembre-se, João Rendeiro sempre se opôs.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, embora só um deles tenha transitado em julgado.
[Notícia atualizada às 15h08]
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