"Mário Soares interveio sempre até aos últimos dias da sua vida"

Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.

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© Joaquim Jorge

Notícias ao Minuto
06/06/2022 17:03 ‧ 06/06/2022 por Notícias ao Minuto

País

Joaquim Jorge

"A senhora ministra socialista Ana Catarina Mendes, quando alguém critica o seu partido ou o Governo de António Costa, é azedume ou ressentimento. 

Um blá-blá-blá estafado e mais do mesmo. Deveria sim, explicar o empobrecimento do país, os salários médios estarem quase em salários mínimos, o deficiente SNS, a carga fiscal, que é brutal, e o crescimento económico, que é pífio.

Sinceramente, o PS pensa que é "o dono disto tudo", isto é, manda em tudo, controla tudo e não se pode ter uma opinião diferente e outra visão dos problemas do país.

Mas não é, pelo menos para mim e muitos resistentes. Não gosto de poderes absolutos. 

Só porque se venceu as eleições não quer dizer que se tenha razão em tudo. Por outro lado, o dever de quem venceu é falar e ouvir quem perdeu e pensa de outra maneira.

O poder para alguns resume-se a eleições, isto é, ganhamos por maioria absoluta, quem perdeu tem que “estar caladinho”, “não fazer críticas”, isso mostra “mau perder”. É assim que “eles” pensam. Porém a democracia não se resume a eleições, até se esquecem que 50% [48,5%] não foi votar por desinteresse e que não valia a pena exercer o direito de voto, pois nada se modifica. 

Nunca fazem um exame de consciência para analisar por que há criticas, em vez de se analisar as críticas, desta vez de Cavaco Silva, outras vezes de Luís Montenegro, Cotrim Figueiredo ou André Ventura e contrapor. 

O que faz? Atacar o carácter e a personalidade de quem profere as críticas, como se não houvesse direito a expô-las e a fazê-las.

Recordo-me, que Mário Soares, ex-Presidente da República, apesar de retirado da vida política, nunca deixou de exercer os seus direitos cívicos. Mário Soares interveio sempre até aos últimos dias da sua vida e disso não veio mal nenhum ao Mundo. 

Assim vamos mal! Uma maioria absoluta dá para tudo ou quase tudo. Uma democracia precisa que se faça boa oposição para acicatar o governo a atuar melhor. 

Viver em fechamento democrático e unanimismo bacoco não nos leva a lado nenhum.

Os portugueses são medrosos, cobardes, graxistas, isso facilita o domínio total do país, em qualquer lado há um socialista, um familiar socialista, um amigo de um socialista e isso torna dependente tudo que se decide.

Não me parece que Marcelo Rebelo de Sousa queira ou consiga contrariar esta onda ou este domínio. É pena!

Querer que Portugal seja melhor e ande para a frente, que não esteja na cauda da Europa, é uma qualidade e não um defeito.

Atualmente, o PS é o dono disto tudo.

Até um dia..."

 

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