Em declarações à Lusa, José Videira disse que "é importante que o projeto tenha sido aprovado finalmente, porque vai requalificar toda a zona oriental da freguesia, na fronteira com o Parque das Nações".
A zona em causa, com 30 hectares de terreno, "precisava de intervenção", observou o autarca, assinalando que o projeto em causa não passa só por edificado, mas também "novos equipamentos e acessibilidades".
Por exemplo, o viaduto que vai ser construído por cima da via férrea vai permitir ligar a zona mais alta e a zona mais baixa da freguesia.
O projeto em causa -- que recebeu luz verde camarária no dia 19 -- "vai permitir regenerar a malha urbana e prolongar o jardim ribeirinho do oriente", acredita.
Além disso, segundo o presidente da junta, a empresa Vic Properties, promotora de outros empreendimentos na zona, revelou "sensibilidade" para "pôr uma percentagem das casas a preço aceitável para as bolsas do cidadão comum".
Ainda que sem garantias, José Videira assume a expectativa de ver a zona ser repovoada, nomeadamente por jovens. "Vai ser uma cidade dentro da cidade", antecipa.
Segundo um comunicado da promotora, este será "um dos maiores projetos imobiliários de sempre em Portugal", com cerca de 2.000 novas habitações, 120 mil metros quadrados de espaços verdes, uma nova escola, zonas de lazer, escritórios e retalho.
"A junta tem boa relação com o promotor, que tem revelado empenhamento social", disse, reconhecendo que a zona está atualmente a sofrer de gentrificação (processo pelo qual os bairros populares e povoados por trabalhadores são requalificados através da entrada de capital privado e de proprietários e inquilinos de classes mais altas), detendo um dos metros quadrados mais elevados do município de Lisboa.
O projeto "vai levar ainda bastante tempo" a estar concluído, "uns sete, oito anos", estima José Videira, notando que "será necessária muita gente a trabalhar na obra".
A promotora imobiliária refere, no comunicado, que serão criados "mais de 3.000 postos de trabalho".
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou, no dia 19, a Unidade de Execução da Matinha e a minuta do respetivo Contrato de Urbanização, dando luz verde à VIC Properties, que adquiriu os terrenos em junho de 2019, num valor bruto global estimado em dois mil milhões de euros.
Situada na primeira linha do rio Tejo, entre as freguesias de Marvila e Parque das Nações, a antiga zona industrial dos anos 1940 esteve abandonada durante mais de 25 anos.
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