Marcelo no 10 de Junho. "É o povo português a razão de sermos Portugal"

No seu discurso do 10 de Junho, o Presidente da República fez um elogio ao povo português e assinalou: "Sem o povo, sem a arraia miúda, não teria havido Portugal".

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Beatriz Cavaca
10/06/2022 11:54 ‧ 10/06/2022 por Beatriz Cavaca

País

Dia de Portugal

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discursou durante aproximadamente 15 minutos, na manhã desta sexta-feira, nas celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que este ano se festeja em Braga, e fez um elogio ao povo português, assinalando: "É o povo português a razão de sermos Portugal".

O chefe de estado sublinhou que este é "o dia do povo português" e, citando Fernão Lopes, fez questão de referir que "sem o povo, sem a arraia miúda, não teria havido o Portugal que temos", porque foi esse povo "que partiu em cascas de noz pelos oceanos para o desconhecido e ficou espalhado um pouco por todo o universo e deixou língua, alma e saudade nas raízes".

"Ainda esteve nos momentos decisivos para poder vir a ser o que somos, desde os combates no século XVII e XVIII pela nossa independência e pela nossa restauração", fez questão de salientar o Presidente da República.

Falando mais sobre o presente, Marcelo Rebelo de Sousa alongou-se sobre a evolução do poder do Estado, nomeadamente sobre a adoção da Constituição em Portugal, em 1822, bem como a independência do Brasil, no mesmo ano: "Celebramos este ano dois séculos desse passo fundamental para o reconhecimento do nosso povo no seu papel nacional", vincou.

Nesta intervenção, o Comandante Supremo das Forças Armadas referiu-se às forças militares como "o povo armado para servir Portugal" e destacou as suas missões no estrangeiro: "É o povo com armas que faz e quer fazer a paz, em Moçambique, na República Centro-Africana, no Mali, no Golfo da Guiné, no Mediterrâneo, na Lituânia, na Roménia".

Fez também referências aos municípios, "que nasceram diversos nos usos e nos forais antes de serem submetidos ao poder político central", e às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, descrevendo Portugal como "um arquipélago feito de um retângulo de terras e dois outros arquipélagos compostos de ilhas variadas", com um mar "muito maior" do que a terra.

Marcelo Rebelo de Sousa situou "o fim do fim do império" português em 2002, com o reconhecimento de Timor-Leste como Estado independente "depois de mais de um quarto de século de combate heroico" contra a ocupação indonésia.

Segundo o Presidente da República, "a unir tudo isto" esteve "sempre o povo", que com a Constituição de 1822 viu reconhecido "um novo papel na vida nacional" e que "ajudou a criar Brasis ou a restaurar Timores-Leste".

Depois, falou sobre o acolhimento de imigrantes: "É o povo português que aprende e reaprende a receber irmãos vindos das Áfricas, das Américas, das Ásias, do Pacífico. Africanos irmãos na língua, depois brasileiros, depois europeus de Leste, depois asiáticos e africanos não falando português, há pouco afegãos, agora de novo ucranianos ou vindos da Ucrânia".

"É o povo português que tudo isso e muito mais faz, resistindo a pandemias globais, a crises mundiais e nacionais, construindo impérios com menos de um milhão de pessoas e, depois de acabados esses impérios, deixando pedaços de si, tantas vezes os mais corajosos, os mais sonhadores, os mais resistentes, em todos os cantos da terra", enalteceu.

Assinalando ainda a Cimeira dos Oceanos, que terá lugar em Lisboa no fim deste mês, defendeu que "só é possível em Portugal porque o mesmo povo português escolheu o oceano como seu destino".

"São os milhões e milhões de portugueses de carne e osso que fizeram Portugal, que fazem Portugal, que farão Portugal. Foi o povo que deu o que tinha e o que era sempre Portugal. Foi o povo português que cruzou oceanos e fez dos oceanos a nossa nova terra de futuro", reconheceu.

Por fim, o Presidente voltou ao elogio do povo, afirmando que "a nossa pátria é história, é língua, é vida, é alma, é sucesso, é fracasso e heróis, líderes em monarquia como em República", mas, "mais do que isso, é Povo com séculos de raízes, mais Povo que se juntou a nós anteontem, ontem ou hoje".

"É o povo português a razão de sermos o que somos e como somos, a razão de sermos Portugal! Viva o povo português, vivam os portugueses de ontem, de hoje e de sempre, onde quer que façam Portugal. Viva o nosso querido Portugal", terminou.

[Notícia atualizada às 13h30]

Leia Também: Marcelo em Londres com a com unidade portuguesa mas sem Costa

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