No mesmo dia, a autarquia vai ainda assinalar o 1.º aniversário da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, espaço situado no castelo daquela vila e que acolhe o espólio do oficial que marcou a história do 25 de Abril de 1974.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, considerou que esta homenagem chega "atrasada", tendo em consideração que esse reconhecimento "já deveria ter sido feito" há mais tempo.
"Estamos a cumprir com algo que já deveria ter sido entregue, mas é mais que justa, considerando que Salgueiro Maia é um símbolo nacional e um filho da terra, um orgulho para Castelo de Vide", acrescentou.
De acordo com o município, as homenagens a Salgueiro Maia na sexta-feira têm início pelas 09:45, com uma romagem ao cemitério daquela vila alentejana, com deposição de flores na sepultura do oficial.
Pelas 10:00, está anunciada a cerimónia de hastear da bandeira no Parque 25 de Abril, colocação de flores junto ao busto de Salgueiro Maia, seguindo-se a atribuição da medalha de ouro do município, a título póstumo.
Após esta cerimónia, vai decorrer uma visita guiada por Alfredo Cunha à exposição "A liberdade passou por aqui" - parte 1.
Já pelas 11:00, na Casa da Cidadania Salgueiro Maia, está anunciada uma visita guiada à exposição "A liberdade passou por aqui" - parte 2, e a apresentação do projeto "Memorial dos antigos combatentes do concelho de Castelo de Vide".
A Casa da Cidadania Salgueiro Maia, espaço evocativo do capitão de Abril, situado no castelo, património do Estado, resulta de um projeto do município e da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo).
O espaço, que até abril deste ano já tinha recebido mais de 12 mil visitantes, envolveu um investimento global de três milhões de euros, tendo sido inaugurado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Entre as peças que fazem parte do espólio figura o conhecido megafone com que, a 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo, em Lisboa, o então capitão intimou Marcelo Caetano a render-se.
O espaço museológico exibe também o uniforme e o "quico" militar que envergava nesse dia, entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes a Salgueiro Maia.
Uma área com cartazes e fotografias e uma coleção de miniaturas de carros de combate, a especialidade do militar como oficial de Cavalaria e a sua grande paixão profissional, são outras das valências da Casa da Cidadania Salgueiro Maia.
Natural de Castelo de Vide, o capitão de Abril expressou duas vontades em testamento, as quais foram cumpridas: ser sepultado naquela vila, em campa rasa, e deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização.
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