A proposta foi apresentada hoje em reunião de câmara pela vereadora do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua e aprovada pelos restantes vereadores: cinco do PS, um do PSD e quatro da CDU.
Além do protesto a autarquia de Almada, no distrito de Setúbal, apela a que a Fertagus, empresa concessionária pelo transporte ferroviário que liga Setúbal a Lisboa, normalize o serviço.
Em dezembro, a Fertagus alterou os horários dos comboios entre as duas margens do Tejo, passando a ter uma periodicidade de 20 minutos nos dois sentidos, no âmbito do alargamento do contrato de concessão da Fertagus por seis anos e meio, até 31 março de 2031.
Até então, a circulação era feita de 30 em 30 minutos nos dias úteis e de 60 em 60 minutos aos sábados, domingos e feriados.
Contudo, os utentes queixam-se que a alteração introduzida não foi acompanhada de um reforço de carruagens, havendo relatos de passageiros de estações dos concelhos de Almada e Seixal (Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal) de não conseguirem lugar no horário que habitualmente usavam.
Na sequência de várias queixas, a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros (PS) esteve na estação que fica no seu concelho, Pragal, onde alertou para a necessidade urgente de um reforço do número de carruagens, sublinhando que o novo modelo prejudica a população de Almada e do Seixal, porque quando os comboios chegam já vêm cheios.
Também o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva (PCP), esteve numa das estações que serve o seu concelho e em declarações à comunicação social considerou "chocante" o modo como os passageiros circulam nos comboios "sem quaisquer condições e como sardinhas em lata", exigindo uma resolução urgente do problema.
Na sexta-feira, o Governo anunciou que está a avaliar "todas as possibilidades no mercado" para melhorar a curto prazo o serviço.
"A equipa da Secretaria de Estado da Mobilidade (...) está a apurar a disponibilidade de material circulante operacional ou em manutenção com o objetivo de perceber se é possível fazer uma melhor gestão do mesmo e garantir melhor qualidade aos utilizadores", pode ler-se, numa resposta da secretária de Estado da Mobilidade Cristina Pinto Dias enviada à agência Lusa.
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