O presidente da Câmara de Lisboa (CML), Carlos Moedas, comentou, esta segunda-feira, os resultados da sondagem da Intercampus conhecidos hoje, que indicam que o autarca lidera a corrida nas Autárquicas, frente à já anunciada candidata do Partido Socialista (PS), Alexandra Leitão.
Aquando o PS anunciou Alexandra Leitão como candidata à autarquia lisboeta, Moedas referiu que a escolha refletia o que o PS de Pedro Nuno Santos era: um "PS radical". No espaço de comentário da CNN Portugal, Moedas foi questionado se, ao dizer isso, já estava a fazer campanha, mas o presidente da CML - que ainda não anunciou se se recandidata - optou por afirmar: "Apenas referi o que está a acontecer no PS. Tínhamos um PS de Mário Soares, que já não existe, e hoje temos um PS que se encosta e que é de certa forma dominado por aquilo que é o discurso do Bloco de Esquerda. Como centrista e moderado, isso dá-me alguma pena".
Recusando estar a fazer o comentário como candidato e sublinhando que era presidente da CML, Moedas atirou que Alexandra Leitão é uma pessoa "que tem revelado essa estratégia de um PS a chegar-se cada vez mais à Esquerda e a ser, de certa forma, colonizado".
Moedas falou ainda na polémica da imigração, tema no âmbito do qual o PS apresentou algumas medidas. "O que Pedro Nuno Santos fez tem muito valor. Reconhecer os erros do passado e aquilo que não foi feito [...]. Foi de coragem em relação a Pedro Nuno Santos e a capacidade que ele teve de dizer, sem ter medo de toda essa ala do PS que quer ir cada vez mais para a Esquerda e que se deixa colonizar pelo Bloco de Esquerda", atirou.
Questionado sobre quando é que tomava uma decisão sobre se se recandidatava à CML, Carlos Moedas disse que ainda estava dedicado no cargo e que ainda "tinha muito trabalho a fazer". "Não há um calendário. Há um momento em que tenho de estar focado e naquilo que apresento aos lisboetas", sublinhou.
E as presidenciais?
Penso que para se ser Presidente da República é preciso saber de política
Com as Autárquicas como a próxima ida às urnas e com as Presidenciais já para o próximo ano, Carlos Moedas foi questionado sobre a candidatura de Luís Marques Mendes a Belém, que será apresentada na quinta-feira. Ainda antes de dar a sua opinião - e apoio -, Moedas foi confrontando com a sua própria entrada na maratona à Presidência, e se esse era um sonho adiado.
"Nunca houve esse sonho. Gosto muito de ser presidente da Câmara de Lisboa. Sinto-me realizado naquilo que é política ao nível que eu gosto mais gosto: ajudar as pessoas, o dia a dia, de fazer e liderar aquilo que é uma cidade incrível e única. Esse sonho não existiu, mas sempre senti que isso queria dizer que as pessoas têm apreço pelo meu trabalho e que viam o presidente da Câmara ao nível de uma candidatura presidencial. Mas não é isso que quer quero. Aquilo que eu faço é ser presidente da Câmara de Lisboa", explicou.
Moedas demonstrou ainda o seu apoio a Marques Mendes, ainda para mais face aos resultados das sondagens, que dão o Almirante Gouveia e Melo como próximo Presidente da República: "O apoio que eu dou a Marques Mendes é o apoio a um homem que respeito muito, que os portugueses conhecem muito, que representa a estabilidade e o conhecimento político. E penso que para se ser Presidente da República é preciso saber de política - e, sobretudo num mundo que está a extremar, nós precisamos de um moderado, que venha exatamente evitar a fricção. Hoje isso é muito importante. Marques Mendes representa essa esperança e estabilidade", defendeu.
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