O antigo primeiro-ministro português José Durão Barroso lamentou, esta sexta-feira, a morte do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, recordando “alguém de excecional inteligência, que foi capaz de garantir a unidade nacional angolana”.
“Ao tomar conhecimento da morte de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola entre 1979 e 2017, não posso deixar de lembrar com saudade o patriota angolano e o estadista, com quem tive a honra de trabalhar para a paz e a reconciliação nacional em Angola”, começou por afirmar o também ex-ministro dos Negócios Estrangeiros num comunicado enviado às redações.
Durão Barroso recorda o “processo que conduziu às primeiras eleições livres e democráticas em Angola”, reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela comunidade internacional.
“Recordo alguém de excecional inteligência, que foi capaz de garantir a unidade nacional angolana num contexto geopolítico extraordinariamente difícil, que ficará indelevelmente na História de Angola, de África e também das relações de Angola com Portugal”, acrescenta.
Ao saber da morte de José Eduardo dos Santos, ex Presidente de Angola, lembro com saudade o patriota angolano e o estadista com quem tive a honra de trabalhar para a paz e a reconciliação nacional e o processo que conduziria as primeiras eleições livres e democráticas em Angola.
— José Manuel Barroso (@JMDBarroso) July 8, 2022
O político - que foi mediador, em representação de Portugal, dos Acordos de Paz para Angola - afirma que “este momento fúnebre e triste não é o adequado para fazermos um balanço completo da ação de José Eduardo dos Santos, e das muito complexas situações que Angola teve de enfrentar durante a sua presidência”, mas quer “lembrar e reconhecer as palavras amigas” que o ex-presidente sempre teve consigo “em relação a Portugal” e a “importância que sinceramente dava às relações entre os nossos dois países”.
“À família, aos amigos mais próximos, às autoridades angolanas e a todos aqueles que na nação amiga angolana hoje lamentam o seu desaparecimento, apresento as minhas mais sentidas condolências”, termina.
José Eduardo dos Santos morreu, esta sexta-feira, aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento. O político sucedeu a Agostinho Neto como presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.
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