Sindicatos da CGTP juntam-se em manifesto a condenar invasão à Ucrânia

Oito sindicatos da CGTP de liderança socialista e bloquista expressaram hoje a sua "condenação clara" à invasão da Ucrânia pela Rússia, manifestando solidariedade para com o povo ucraniano, divergindo da posição assumida pela central sindical.

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Lusa
08/07/2022 21:31 ‧ 08/07/2022 por Lusa

País

Guerra na Ucrânia

Num abaixo-assinado apresentado hoje durante uma conferência de imprensa, em Lisboa, os oito sindicatos assumem que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi "uma ação militar contra um país independente e soberano", que ataca o direito internacional, considerando que "todas as ações imperialistas, independentemente do Estado que as materialize, são condenáveis" e devem ser "combatidas sem tibiezas".

O documento representa a posição político-sindical do Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins, Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins e Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho (CESMINHO) -- com a dirigente deste último a ser a única que não pode estar presente na conferência de imprensa.

Sublinhando a "condenação clara" à invasão da Ucrânia pela Rússia e apelando para uma solução sob a égide das Nações Unidas, os sindicatos subscritores notam que esta declaração "segue em linha" com "todo o passado de mais de 50 anos de luta da CGTP-In" pela paz e de solidariedade para com os trabalhadores de todo o mundo.

Carlos Trindade, presidente da Mesa da Assembleia-Geral do STAD e ex-líder da Corrente Sindical Socialista (CSS) da CGTP -- agora liderada por Fernando Gomes --, que coordenou a conferência de imprensa, admitiu que a posição conjunta assumida pelos oito sindicatos é "uma diferença clara" face à posição da central sindical em relação ao conflito na Ucrânia mas recusou tratar-se de uma rutura.

"Não é uma rutura com a direção [da CGTP], é uma diferença clara com as posições que a direção de forma maioritária tomou nesta matéria, posições estas em que estas organizações não se reconhecem, que não refletem a sua opinião", o que as levou a decidir que num assunto como este não podem, "por omissão, deixar de tomar uma posição", disse Carlos Trindade.

Questionado sobre eventuais consequências no seio da central sindical -- onde a corrente socialista e bloquista estão em minoria no Conselho Nacional -- Carlos Trindade precisou que ao fazer esta declaração conjunta, os dirigentes sindicais estão a dizer que "existem divergências", - "não as escamoteamos" -- mas também que continuam "dentro da CGTP" porque a CGTP é a sua confederação.

Lembrou, a propósito, que muitos dos dirigentes que o acompanhavam nesta conferência de imprensa estiveram esta quinta-feira na manifestação convocada pela CGTP.

Sempre que for necessário, disse, estes dirigentes sindicais continuarão a transmitir "com toda a clareza" as suas posições, mesmo que diferentes, adiantando, quando questionado, não esperar qualquer reação adversa por parte da central sindical.

Sublinhando que "dentro da CGTP há democracia" e que foi no exercício dessa democracia que estas organizações sindicais "tomam esta posição", Carlos Trindade referiu esperar que será "certamente com esta compreensão que a maioria da CGTP vai interpretar esta posição", ou seja, como um exercício democracia interna.

Durante a conferência de imprensa, todos os outros dirigentes representantes dos sindicatos signatários afirmaram a sua condenação clara à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Neste contexto, Fátima Carvalho, do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, referiu que depois de mais de quatro meses desde o início da guerra sem que a CGTP tivesse tomado uma posição de condenação clara, não era possível continuar em silêncio porque, disse, os "nins não funcionam em guerras".

Leia Também: CGTP exige medidas que "ponham fim à especulação dos preços"

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