Fogos. Governo declara situação de contingência entre 11 e 15 de julho

Executivo apela a comportamentos preventivos para enfrentar a situação complexa que o país vai viver nos próximos dias.

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Carmen Guilherme
09/07/2022 20:11 ‧ 09/07/2022 por Carmen Guilherme

País

Reunião de emergência

O Governo decidiu avançar com uma declaração de situação de contingência entre 11 e 15 de julho, anunciou, este sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, depois de uma reunião de emergência devido ao risco de incêndios florestais que o país enfrenta.

"Mantêm-se válidas as determinações constantes da declaração do estado de alerta, que agora transitarão para a declaração do estado de contingência, o que significa que temos condições de cariz preventivo para podermos ativar automaticamente e preventivamente todos os planos de Emergência e Proteção Civil em todos os níveis territoriais", disse, em conferência de imprensa, José Luís Carneiro, que esteve reunido com os ministros da Defesa Nacional, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação.

"Mais de 50% dos incêndios que ocorreram até agora tiveram nas suas origens, nas suas causas, de acordo com as avaliações que têm vindo a ser feitas, negligência"

Com esta declaração, há condições para "determinar o estado de alerta especial do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para o nível vermelho em todo o território continental", condições para avançar com a "contração de até mais de 100 equipas de reforço dos bombeiros" assim que haja disponibilidade das associações humanitárias, condições para "ativar, do ponto de vista preventivo, as mensagens, via SMS", à população e "reforçar os mecanismos e instrumentos de vigilância que hoje já estão em plena operação".

O governante voltou a apelar a um comportamento preventivo por parte da população, sublinhando que os meios "são sempre finitos" e nada dispensa uma atitude de responsabilidade para enfrentar "a complexidade dos dias" que o país vai ter pela frente.

"Mais de 50% dos incêndios que ocorreram até agora tiveram nas suas origens, nas suas causas, de acordo com as avaliações que têm vindo a ser feitas, negligência (...) ou seja, comportamentos que não respeitaram os padrões de exigência e de responsabilidade que têm vindo a ser estabelecidos" por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), notou, revelando ainda que "é a primeira vez" que a Proteção Civil recorre ao poder político para propor, perante as atuais" circunstâncias", a situação de contingência.

Questionado sobre se se pode estar na "iminência" de Pedrógão Grande, José Luís Carneiro afirmou que é preciso evitar "situações alarmistas", contudo, reiterou que é necessário ter "atitudes de responsabilidade".

"Desde 2017 tem vindo a ser desenvolvido um trabalho de grande intensidade, de transformação institucional, de capacitação das instituições, de capacitação das forças, serviços e todo os atores que integram o sistema nacional de Proteção Civil", destacou, acrescentando que há agora mais meios e recursos "tecnologicamente mais avançados".

"É evidente que quando estamos perante circunstâncias absolutamente excecionais o planeamento e os meios são sempre finitos", reforçou.

Desta forma, José Luís Carneiro voltou a dizer que "só mesmo" os comportamentos individuais, que "têm que ver com o não uso de fogo", "o não uso de máquinas", é que permitirão enfrentar a situação atual "com níveis de resposta considerados adequados e eficazes".

[Notícia atualizada às 20h47]

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