O vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, José Serra dos Reis, que tem o pelouro da Proteção Civil, disse à Lusa, cerca das 22:50, que o fogo tem lavrado em zona de serra, tendo ardido pinhal e floresta e alguns edifícios, mas não habitacionais.
Segundo o autarca, o incêndio, que passou do concelho do Fundão para o da Covilhã "logo a seguir ao almoço", está, neste momento, "minimamente controlado, se as coisas se mantiverem assim, porque, de um momento para o outro, o vento altera tudo".
"No concelho da Covilhã a preocupação, neste momento, é mesmo só a freguesia do Ferro", disse, salientando que, se se confirmarem "os ventos como estão previstos, pode dirigir-se para a freguesia de Peraboa, que também é concelho da Covilhã".
O incêndio que deflagra desde as 14:35 em Fatela, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, mantinha, cerca das 23:05, 465 operacionais e 136 viaturas envolvidos no combate às chamas, segundo os dados constantes na página da Proteção Civil.
Pelas 18:30, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, disse à agência Lusa que a situação no terreno era "extraordinariamente grave" por o incêndio progredir em duas frentes.
"Estamos perante duas frentes de vários quilómetros. Uma que entrou na freguesia de Pero Viseu e, neste momento, ainda ameaça casas à volta do núcleo urbano de Pero Viseu e de uma [aldeia] anexa chamada Vales de Pero Viseu, sendo que essa frente já ultrapassou os limites do concelho do Fundão e entrou no concelho da Covilhã", adiantou.
O autarca acrescentou que a outra frente de fogo, com vários quilómetros, lavra numa zona mista agrícola e florestal mas "tem uma mancha florestal de muitos milhares de hectares" e os meios no terreno estão atentos a essa área por se poder tornar em algo "calamitoso".
Durante a tarde, a povoação de Pero Viseu esteve "em perigo", mas Paulo Fernandes não tinha informação de terem ardido habitações.
As chamas destruíram alguns anexos e equipamentos agrícolas, disse, admitindo que "em pouco mais de duas horas, arderam, provavelmente, alguns milhares de hectares, tal era a violência do vento".
Segundo o autarca, a velocidade do vento entre as 15:00 e as 17:00 foi "violentíssima".
O perímetro do fogo era "gigantesco" e o presidente do município do Fundão vaticinava que esta seria uma noite "muito comprida" e, provavelmente, o dia de segunda-feira, deverá ser "muitíssimo complicado".
Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco disse à Lusa que o incêndio "ainda se encontra ativo" e que o vento forte tem dificultado o combate.
O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, disse hoje que o incêndio a decorrer em Castelo Branco teve uma progressão inicial de 2,5 quilómetros por hora.
"Significa que durante um curto espaço de tempo, o incêndio, mais ou menos, em três horas, três horas e meia, perfez um total de sete quilómetros", destacou.
De acordo com a página da internet da ANEPC, consultada pela Lusa às 23:20, este incêndio mobiliza 465 operacionais apoiados por 136 veículos.
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