O Plano de Contingência para Água em Situações de Seca Agrometeorológica Extrema do Concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, foi aprovado na última reunião do executivo municipal presidido por Vítor Proença.
Segundo o município situado junto da fronteira com Espanha, o documento está consolidado em três pilares: prevenção, monitorização e contingência.
O referido plano visa "estruturar uma rede de abastecimento de água secundária para fins de apoio à atividade agropecuária em cenários de seca, bem como à rede logística de combate a incêndios florestais, nomeadamente através do aproveitamento de antigas infraestruturas de captação e disponibilização de água e de instalação de novos pontos de abastecimento".
"Neste âmbito, e tendo em conta a necessidade de promover o uso eficiente dos recursos hídricos disponíveis, vai decorrer um conjunto de ações/formações para a população em geral e para os agricultores em particular, fundamentadas no plano e promovidas pela comissão constituída para o efeito, que já reuniu com o objetivo de apresentar em breve o respetivo programa, onde consta um guia de boas práticas", referiu a autarquia do Sabugal, em comunicado hoje divulgado.
O presidente da Câmara Municipal, Vítor Proença, adiantou à agência Lusa que o Plano de Contingência para Água em Situações de Seca Agrometeorológica Extrema do Concelho do Sabugal vai ser apresentado à tutela, "porque a Câmara não tem capacidade de o executar".
O responsável também admitiu convidar outros municípios vizinhos, como por exemplo o de Almeida, para que os projetos de criação de novas reservas de água possam ser candidatados a fundos comunitários.
Em relação ao abastecimento público de água, o autarca referiu que a barragem do Sabugal "está com 60% de capacidade".
No entanto, como o maior consumo de água ocorrerá em agosto, com a presença dos emigrantes no território, os serviços municipais estarão "muito atentos" à situação.
A autarquia também vai avançar com uma "campanha de sensibilização muito forte" no sentido de "haver contenção na utilização da água".
Mais de um quarto do território do continente estava no final de junho em seca extrema (28,4%), verificando-se um aumento em particular na região Sul e em alguns locais do interior Norte e Centro, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O restante território estava em seca severa (67,9%) e seca moderada (3,7%).
No último dia do mês de maio, 97,1% do território estava em seca severa, 1,5 em seca moderada e 1,4 em seca extrema.
No final de junho, os valores de percentagem de água no solo continuavam muito baixos em todo o território e em especial na região interior Norte e Centro, no vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
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