O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu, esta quarta-feira, que o Governo está a trabalhar para encontrar soluções para o encerramento das urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Aveiro, após ter sido conhecido que este estará encerrado durante a noite no mês de agosto.
"Vamos encontrar soluções para que muitas das lacunas que existem no mês de agosto possam ser ultrapassadas", afirmou António Lacerda Sales, na inauguração das novas instalações do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que sofreu uma ampliação de seis para 14 camas, num investimento superior a três milhões de euros.
Questionado sobre a possibilidade de os utentes de Aveiro terem que se deslocar até Coimbra, que fica a cerca de 65 km, o responsável lembrou que "isto é que é um serviço em rede", algo que também elogiou. "O INEM dirige as pessoas para os serviços que possam oferecer melhor resposta. Ninguém ficará sem resposta de vida", garantiu.
O trabalho dos hospitais em rede "é uma das grandes conquistas do Serviço nacional de Saúde e vimos isso durante a pandemia, com as unidades de cuidados intensivos", disse Lacerda Sales, admitindo que a situação possa causar alguma ansiedade nas grávidas.
"Primeiro, vamos procurar completar as escalas. Procurar soluções locais", explicou o responsável, explicando que as opções em rede, como é o caso de Coimbra, serão apenas tidas em conta se não for possível arranjar uma solução de proximidade.
"Na sequência de uma reforma conjuntural para os momentos que vivemos, estamos a procurar soluções, do ponto de vista estrutural, nomeadamente com esta boa colaboração com os sindicatos", apontou, referindo-se às reuniões com os mesmos.
O Governo está a trabalhar na resposta aos novos desafios "com determinação, mas também com investimento e com reformas estruturais" conforme afiançou, dando como exemplo o novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, aprovado recentemente em Conselho de Ministros, "para dar melhores respostas à organização, à gestão e à valorização dos seus profissionais".
Questionado sobre os problemas de operacionalidade que o INEM também tem vindo a ter, Lacerda Sales disse que este organismo é "uma grande instituição". "Não devemos caracterizar as grandes instituições pelas exceções", rematou, sublinhando que era necessário corrigir todos os erros para que "não voltem a aparecer".
"Vamos ter um reforço de médicos de família. Queremos dar o máximo de cobertura possível às populações não só desta região, como de todo o país", garantiu Lacerda Sales.
Quando questionado sobre a falta de atratividade nas carreiras, nomeadamente na falta de profissionais no interior, o responsável sublinhou que é necessária a criação de medidas para que os profissionais se estabilizem nos locais. Sublinhando que já existem incentivos pecuniários, o responsável admitiu que ainda são precisos mais. "Acreditamos que isso vai acontecer", rematou.
Em relação à pandemia, Lacerda Sales afirmou que certas medidas devem ainda ser mantidas durante algum tempo. "Não devemos baixar a guarda", advertiu.
Referindo que Portugal está, neste momento, "com um valor de 18 óbitos por milhão de habitante a 14 dias, com uma incidência de 284 casos por 100 mil habitantes a sete dias, e com um Rt de 0,87”.
“Todos os indicadores epidemiológicos são decrescentes e, por isso, estamos satisfeitos", alertou.
Para Lacerda Sales, “apesar de estarmos a atingir valores decrescentes, acho que devemos manter algumas medidas cautelares, que devem ser consolidadas durante mais algum tempo”.
[Notícia atualizada às 14h14]
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