Chefes do serviço de urgência do S. Francisco Xavier demitem-se em bloco
Profissionais de saúde justificam que não estão garantidas as condições de assistência aos utentes no mês de agosto.
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País Hospital
Os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, apresentaram a demissão por considerarem que não estão garantidas as condições de assistência aos utentes no mês de agosto.
Segundo a carta enviada por um grupo de assistentes hospitalares de medicina interna, a que a Lusa teve acesso, está em causa o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral.
O documento foi enviado esta sexta-feira ao Conselho de Administração e à Direção do Serviço de Urgência Geral do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
"Não estarão garantidas a capacidade de assistência e cuidados às pessoas que recorrem ao SUG do CHLO nem a segurança destas e dos profissionais que as assistem. Nesse sentido, concretizando-se este planeamento e a constituição das equipas nele proposta, o grupo apresentará a sua demissão em bloco da função de chefia do SUG, a aplicar a partir do mês de agosto", pode ler-se na carta.
"Não estarão garantidas a capacidade de assistência e cuidados às pessoas que recorrem ao SUG do CHLO nem a segurança destas e dos profissionais que as assistem. Nesse sentido, concretizando-se este planeamento e a constituição das equipas nele proposta, o grupo apresentará a sua demissão em bloco da função de chefia do SUG, a aplicar a partir do mês de agosto", pode ler-se na carta, tornada hoje pública.
Estes profissionais de saúde manifestaram "profundo desagrado e indignação" relativamente a esta situação, lembrando que "a crise que vive o SUG é antiga e tem-se vindo a agravar progressivamente" e exigindo uma "mudança radical e urgente" da Direção do Serviço de Urgência (DSU) e do Conselho de Administração do CHLO.
Sublinharam também que a disponibilidade e o esforço para cumprir as necessidades de assistência aos cidadãos, em condições crescentemente precárias, "têm sido cada vez maiores".
"Consideramos esta composição das equipas imposta pela DSU imensamente desadequada, não só perante a afluência diária de utentes ao SU [serviço de urgência], mas também pela necessidade mantida de repartição da equipa médica em dois circuitos (doentes com queixas respiratórias e não respiratórias). A composição proposta tem, ainda, implicações diretas e significativas na formação médica geral e especializada, que fica assim posta em causa", referem os 19 profissionais que assinam a carta.
Outra fonte ligada aos médicos revelou também que mais de 20 profissionais de saúde vão entregar hoje minutas de isenção de responsabilidade, remetendo-a para o Conselho de Administração face aos problemas na constituição das equipas do serviço de urgência.
[Notícia atualizada às 12h02]
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