"Nós sabemos - eu disse isso há um mês e meio, dois meses - que há que trabalhar para que este mês de agosto, julho já está a terminar, com a pressão do turismo e com a eventual subida de procura nalguns polos mais do que noutros no país, iria ter consequência nos sistemas de saúde", respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa quando questionado sobre a demissão dos chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier.
Segundo o chefe de Estado, está situação está a acontecer em diferentes países e é preciso, por isso, "prevenir e tentar antecipar respostas para que não aconteça em Portugal" e assim se evite prejudicar os portugueses.
"Temos de fazer um esforço para evitar ruturas e para superar as ruturas porque o que está em causa são pessoas e esse esforço é um esforço de todos", apelou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, este esforço é do Estado, do poder local, de outras instituições e "dos próprios profissionais que já estão tão pressionados e tão cansados", considerando injusto que "as pessoas venham a sofrer por causa de uma pressão maior e ainda por cima desigual".
"Eu sei que é difícil o reajustamento, eu sei que há férias e que as pessoas têm direito às suas férias, eu sei que há questões por resolver importantes no futuro no SNS, a começar no decreto-lei do Governo que espero que venha rapidamente para promulgação do Presidente da República", pediu.
Reiterando que há dois meses já tinha alertado para esta situação da pressão dos serviços de saúde no período de verão, o Presidente da República disse que há "pela frente o mês de agosto" e que "é preciso que se trabalhe para resolver os problemas que estão pendentes e evitar outros".
"É um esforço difícil, contínuo. As necessidades são muitas e, portanto, temos de nos empenhar na resposta a essas necessidades porque é isso que os portugueses esperam dos responsáveis a todos os níveis", apelou.
Questionado sobre se as medidas aplicadas são suficientes, Marcelo referiu que não "conhece em pormenor aquilo que é a situação crítica" resultante da mobilidade das pessoas, defendendo apenas que onde a pressão é maior, a resposta tem de ser mais eficaz.
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