"[Ou] é um Papa de transição, que aconteceu com João Paulo II e depois Bento XVI, ou é um Papa tão inovador e tão de rutura como Francisco. Normalmente não há dois seguintes a ser, mas pode ser que sim", afirmou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa falava à Lusa e à RTP em Roma, depois de marcar presença no funeral do Papa Francisco, que decorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O chefe de Estado português considerou que "quem vai servir de eixo fundamental para ajudar as congregações vai ser um bocadinho a figura como o cardeal Parolin, que conhece todo o mundo, conhece todos os cardeais, conhece todas as escolhas de Francisco e conhece o pensamento de Francisco".
O Presidente da República, que ficou sentado atrás do Presidente dos Estados Unidos da América e ao lado do Presidente da Polónia, afirmou que a presença de mais de uma centena e meia de delegações oficiais estrangeiras nas cerimónias fúnebres do Papa mostrou "como o mundo inteiro lá estava, a prestar homenagem a Francisco, à sua mensagem, à sua obra".
Ajuda também a entender "o peso que tem, por um lado, a Igreja em todo o mundo, por outro lado, uma figura como um Papa que ultrapassa a dimensão da Igreja e que tocou a vida deles, politicamente, economicamente, socialmente, como tocou a vida de cada um de nós, afetivamente", acrescentou.
Questionado se o próximo Papa poderá ser um dos quatro cardeais portugueses que vão participar no conclave, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que, "como Presidente da República Portuguesa, devia dizer que sim" e destacou que todos têm "estilos diferentes" e são "pessoas com muita experiência".
"Se se quiser escolher um Papa para um pontificado curto, temos. Também, inclusive, conheceram bem dois Papas, Bento XVI e Francisco, quer D. Manuel Clemente, quer D. António Marto, que era muito próximo de um e do outro. E depois dois jovens. Um média idade, tem muita influência em Roma, que é o cardeal Tolentino, e outro, mais recente, depois da Jornada Mundial da Juventude, ainda é muito novo. É conhecido em Roma, mas não muito conhecido em Roma", detalhou.
O Presidente da República liderou a comitiva portuguesa que esteve presente nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco, hoje de manhã. No Vaticano estiveram também o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
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