No balanço feito no final desta segunda-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil revelou que embora ainda não se saiba se o reacendimento do incêndio da Serra da Estrela foi natural ou teve mão criminosa, o comandante nacional André Fernandes divulgou que "existiram três emissões em simultâneo no mesmo vale", situação que será averiguada.
De acordo com a Proteção Civil, até ao momento, "não há registo de vitimas ou assistidos e os danos são apenas numa habitação que seria devoluta". Contudo, o comandante realçou a importância "de minimizar o potencial de exposição das habitações e das aldeias àquilo que é o dano potencial do incêndio e das chamas".
"Os meios estão no terreno, estão a fazer esse trabalho e até à data não há registo de danos maiores", acrescentou, frisando que se deve "diminuir o número de emissões" deste incêndio que "tem um comportamento violento" e locais a arder com "intensidade elevada".
Destacou ainda que está a ser feita a evacuação de diferentes aldeias na linha de fogo prevendo um "combate efetivo" nas próximas horas - para que seja possível salvaguardar a população, os operacionais e o património.
Quanto ao botão de emergência que vários meios de comunicação social noticiaram, na tarde desta segunda-feira, ter sido ativado pelos operacionais, a Proteção Civil esclareceu que "não houve qualquer botão de emergência ativado por nenhuma equipa de bombeiros, que continuaram aquilo que foi a sua operação e juntaram-se ao grupo", após terem-se dividido em duas brigadas.
André Fernandes deixou uma "mensagem de confiança" nos diversos meios que combatem as chamas, nomeadamente "bombeiros, GNR, INEM, câmaras municipais, sapadores, população e autarcas", ao afirmar que se deve acreditar que "o trabalho conjunto conseguirá estabilizar o incêndio que lavra com bastante intensidade".
Apesar de nos concelhos da serra da Estrela terem ocorrido outros incêndios rurais esta semana, este fogo, que deflagrou na madrugada do dia 6 na Covilhã, distrito de Castelo Branco, destacou-se pela sua dimensão, uma vez que só foi dominado uma semana depois, na noite de sexta-feira, dia 12.
Além de atingir o concelho da Covilhã, chegou a Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, no distrito vizinho da Guarda, queimando um total superior a 14 mil hectares, segundo dados provisórios. Em causa está uma área de parque natural classificada.
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