O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, já reagiu à demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, de quem, aliás, sempre foi muito crítico.
Em declarações feitas, esta manhã, na CNN Portugal, o bastonário afirma que a ministra "acaba por pedir a demissão por não ter alternativas dentro daquilo que era a política que o Governo está a seguir na área da Saúde".
Para o bastonário, Marta Temido não é a única 'culpada' do caos que se vive na Saúde e a ministra foi condicionada pelas escolhas do executivo, por isso, a "demissão não resolve".
"Não é a mudança de ministro que garante mudança de políticas, mas esperamos que sim. Temos de ver quem é o sucessor. Mas existe um fio condutor no Governo que é este a que temos assistido", frisou Miguel Guimarães, indicando que é esta política que "está a conduzir aos resultados que temos",
Sobre a justificação de Temido de que não tinha condições, o bastonário aponta que "só ela pode responder". "Não sei o que significa não ter condições, se são internas, se tem a ver com o Governo, se tem a ver com a segurança que o primeiro-ministro transmite à ministra da Saúde", afirma.
Quanto ao caso desta segunda-feira, a morte de uma grávida transferida do Hospital de Santa Maria, Miguel Guimarães pensa que não terá sido essa a motivação de Temido por ser "muito recente".
"Tem que ver com o facto de o SNS não estar bem", explica o bastonário acabando por culpar "o primeiro-ministro", António Costa, por toda a situação na Saúde.
Entretanto, em declarações à agência Lusa, o bastonário afirmou que, na sucessão, se pretende "um ministro que faça acontecer e que resolva os problemas que afetam a saúde em Portugal e que de uma forma transversal afetam todos os portugueses".
"A saída da senhora ministra do Governo é uma decisão dela e que só ela pode explicar aos portugueses. E só o senhor primeiro-ministro pode explicar porque aceitou de imediato esta demissão", referiu, a propósito do pedido de saída do Governo de M,arta Temido, conhecido hoje de madrugada.
Marta Temido demitiu-se por considerar que "deixou de ter condições para se manter no cargo". António Costa "agradece todo o trabalho desenvolvido", em especial, no "período excecional do combate à pandemia da Covid-19".
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