"É o primeiro concelho do distrito de Viseu a ter uma comparticipação do Estado para poder melhorar as condições", disse o presidente da Câmara de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, durante a cerimónia.
Segundo o autarca, este investimento servirá para "reforço do sistema de monitorização nos reservatórios, com a instalação de sondas de nível", e para "serviços de transporte de água" pelas corporações de bombeiros e proteção civil (estimado para os próximos três meses), entre outras medidas.
"Conseguimos ao longo deste tempo em que tem faltado a água, graças aos bombeiros e à proteção civil, que as pessoas não sentissem a falta de água", frisou.
Vítor Figueiredo disse que, no âmbito do protocolo de colaboração técnica e financeira celebrado entre a autarquia e a APA, "será também montado equipamento para apoio ao transporte de água em locais de carga e descarga" e serão feitas "impermeabilizações de reservatórios de água em Vila Nova e Abados".
Segundo o autarca, será feito "o melhoramento de nascentes nas freguesias de Carvalhais, Sul e Pinho, concretamente no Sobral", e serão realizadas "interligações entre origens de água, nomeadamente de Covelo para Valadares e de Bordonhos para Baiões".
O "reforço das captações em Serrazes e Sacados" e "o reforço em São Pedro do Sul com o transvase de água do Rio Vouga para o Rio Sul, junto da confluência dos dois rios no lenteiro do rio, com a execução de um poço e sistema de bombagem com cerca de 300 metros de extensão", são outras medidas previstas.
"Foram as situações que nós achámos que eram as mais críticas e que agora irão ter a comparticipação do Estado", justificou.
Ao fazer um ponto de situação referente a 31 de agosto, o vereador Nuno Almeida disse que foram transportados cerca de 10.700 metros cúbicos de água para oito freguesias, encontrando-se cerca de 1.200 edifícios "em risco crítico de falta de água".
Valadares, Bordonhos, União de Freguesias de São Pedro do Sul, Várzea e Baiões, Serrazes, Vila Maior, Pinho -- Sobral, S. Félix -- Sacados e Sul -- Quintela são consideradas as "zonas críticas" do concelho.
"Estas são aquelas freguesias em que os sistemas não conseguem garantir o abastecimento durante uma semana", explicou o vereador, acrescentando que "umas têm transporte diário e outras semanal" para reforço dos sistemas, evitando assim que os edifícios não fiquem sem água.
Segundo Nuno Almeida, as albufeiras das mini-hídricas a montante não têm água armazenada, os caudais dos rios Vouga e Sul são cada vez menores e as captações e nascentes também estão com caudal reduzido.
Foram percorridos cerca de 10.250 quilómetros para garantir abastecimento, referiu o vereador, acrescentando que, entre 01 de julho e 31 de agosto, foram gastos cerca de 15.500 euros só em combustível.
O presidente da autarquia lembrou que "os problemas da seca têm vindo a arrastar-se ao longo das últimas décadas" e, por isso, é preciso "começar a pensar numa solução definitiva para o problema da falta de água em São Pedro do Sul".
Neste âmbito, decorrem contactos com as Águas do Douro e Paiva para fornecimento de água em alta no futuro, acrescentou.
Leia Também: Alqueva transferiu 100 milhões de metros cúbicos para outras barragens