Julgamento de homicídio de idosa inicia sem arguido por greve de guardas
O Tribunal da Comarca Lisboa Oeste, em Sintra, iniciou hoje o julgamento de um jovem com problemas do foro psiquiátrico pelo homicídio da avó, em Mafra, mas sem a presença do arguido devido à greve dos guardas prisionais.
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País Sintra
No início da audiência, o presidente do coletivo de juízes, Carlos Camacho, disse que o arguido não se encontrava presente devido à greve dos guardas prisionais, tendo a defesa autorizado a realização do julgamento na sua ausência.
Na sessão, foram ouvidas todas as testemunhas, entre as quais a mãe do arguido e filha da vítima, que foi quem a encontrou morta, sabia do almoço entre vítima e suspeito no dia do crime e denunciou o suspeito à GNR, por conhecer a anomalia psíquica de que o jovem padece.
Militares da GNR e um inspetor da Polícia Judiciária testemunharam também que foram encontrados vestígios de sangue e outras provas que tornam o arguido no autor do homicídio da avó.
O coletivo de juízes agendou para 15 de setembro uma sessão para audição do arguido.
O jovem, de 23 anos, a aguardar julgamento em internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, está acusado pelo Ministério Público (MP) pelo homicídio qualificado na forma consumada e pelo crime de detenção de arma proibida.
De acordo com a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, no dia 15 de dezembro, pelas 15:30, o jovem estudante deslocou-se à residência da avó, na localidade de Gonçalvinhos, em Mafra (distrito de Lisboa), munido de duas malas e uma mochila com artigos pessoais, entre os quais duas facas de cozinha.
Após dialogar com a avó e de a acompanhar pelo quintal até à garagem, "por razões não apuradas, desferiu-lhe pelo menos 63 golpes", atingindo-a na cabeça, pescoço, tronco e abdómen e provocando-lhe lesões no coração, aorta, pulmões, diafragma, fígado, estômago e rim direito, entre outros órgãos.
O arguido sofreu ferimentos na mão direita. Ainda na casa da vítima, lavou as mãos e as facas na casa de banho, refere a acusação.
Depois, abandonou a habitação e conduziu um automóvel ligeiro até casa, em Mafra, de onde chamou o 112 a pedir auxílio e foi transportado, pelas 17:00, pelos bombeiros até ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por causa dos ferimentos na mão.
Segundo o MP, o arguido, com esquizofrenia diagnosticada e em situação de descompensação, "agiu com extrema frieza de ânimo, motivado exclusivamente por um motivo fútil".
O corpo da vítima, de 82 anos, veio a ser encontrado pela mãe do arguido e filha da idosa perto das 18:00, por intermédio de terceiros.
Após a sua denúncia, o suspeito foi identificado e detido fora de flagrante delito pela Polícia Judiciária no hospital por fortes indícios da prática do crime de homicídio qualificado.
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