Pedrógão. Liga diz que ficou patente que sistema falhou e não comandante

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, considerou hoje que, no julgamento de Pedrógão Grande, ficou bem patente que foi "o sistema que falhou" e não o comandante dos Bombeiros daquele concelho, Augusto Arnaut.

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Lusa
13/09/2022 19:35 ‧ 13/09/2022 por Lusa

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Pedrógão Grande

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, foi hoje absolvido de 63 crimes de homicídio e 44 de ofensa à integridade física, 12 dos quais graves, todos por negligência.

No final da leitura do acórdão, em que foram também absolvidos os outros 10 arguidos, António Nunes disse aos jornalistas que o sistema tem protagonistas que todos sabem que existem.

"Ao nível das estruturas, do sistema de proteção e socorro, que na altura já existiam e que hoje existem. E devem pedir desculpa por aquilo que fizeram aos bombeiros de Portugal e, em particular, ao comandante Augusto Arnaut", acrescentou.

O presidente da LBP sublinhou que "o Tribunal decidiu e verificou que aqueles que estavam no banco dos réus estavam inocentes".

No entanto, apontou que "provavelmente outros deveriam lá estar e não estavam e que, portanto, não puderam ser condenados".

No seu entender, no banco dos réus deveriam ter estado "todos aqueles em que, na sentença, foi dito que provavelmente não deram os meios necessários e não reportaram o que era necessário para se poder fazer o combate de outra forma".

António Nunes destacou também a coragem e resiliência demonstradas pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande ao longo dos últimos cinco anos e a quem a LBP irá atribuir a sua mais alta condecoração.

"É para nós, e estou certo para a maioria, senão para a totalidade dos bombeiros e dirigentes associativos, um herói que fica na história dos bombeiros como exemplo de perseverança e resiliência", referiu.

A ocasião serviu ainda para anunciar que o conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses deliberou convocar um conselho nacional para o dia 24 de setembro.

Este conselho nacional servirá "para apreciar a situação atual e tomar medidas que possam prevenir situações futuras", bem como "para exigir a instalação de um comando nacional de bombeiros".

Para além do comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, então responsável pelas operações de socorro, foram ainda arguidos dois funcionários da antiga EDP Distribuição (atual E-REDES) e três da Ascendi, e os ex-presidentes das Câmaras de Castanheira de Pera e de Pedrógão Grande, Fernando Lopes e Valdemar Alves, respetivamente.

O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, também estava acusado, assim como o antigo vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande José Graça e a então responsável pelo Gabinete Florestal deste município, Margarida Gonçalves.

Leia Também: Pedrógão Grande. Advogado de assistentes diz que acórdão contraria provas

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