Isabel Oneto interveio esta tarde, em nome do Governo, no debate que decorreu no parlamento das duas propostas de comissão de inquérito do Chega sobre a credibilidade dos dados sobre segurança interna e sobre o aumento da mortalidade.
"Ao quererem colocar em causa a credibilidade da GNR, da PSP, da PJ, da AT, de um conjunto de órgãos de polícia criminal, ao quererem pôr em causa esta credibilidade, aquilo que nos apraz dizer enquanto Governo é que, felizmente, esta Assembleia da República não fica atingida na sua credibilidade porque certamente irá reprovar [a comissão de inquérito sobre o RASI] e esta a credibilidade só fica atingida pelo partido proponente", defendeu a governante.
Segundo a secretária de Estado, "não é por não falar de um problema que ele não existe, mas também não é porque um partido levanta um problema que ele passa necessariamente a existir".
"Aquilo que existe é de facto a credibilidade das várias instituições, dos vários órgãos de polícia criminal que contribuem para o relatório", afirmou, recordando que "ninguém durante o debate sobre o RASI pôs em causa a sua credibilidade ou a viciação dos seus dados".
A pergunta deixada por Isabel Oneto é "o que é que mudou neste últimos dois meses".
"O Chega saberá dizer o que é que mudou nestes últimos dois meses. E já agora a IL deve ter acordado para um problema agarrado ao Chega porque de repente o próprio Chega põe em causa a credibilidade e aquilo que nunca foi colocado em causa baseando-se apenas em notícias de jornais relativamente a factos de 2021", contrapôs.
Reiterando a credibilidade das forças e serviços de segurança", Isabel Oneto aproveitou para homenagear estas forças porque mantêm "níveis de credibilidade baixos".
"Digo isto com base em dados estatísticos, feitos por entidades com credibilidade, e que não é pelo simples facto da realidade não ser aquela que o partido proponente pretende que ela é alterada", disse.
As duas propostas de inquérito do Chega deverão ser 'chumbadas' na próxima sexta-feira, depois de, em junho, a Assembleia da República ter rejeitado um terceiro inquérito proposto pelo partido nesta legislatura relativo à atuação do Estado no acolhimento e integração de cidadãos ucranianos e no estabelecimento de parcerias com associações russas.
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